O Papa que convocou o II Concílio do Vaticano, João XXIII, esteve no Santuário de Fátima, dois anos antes de ser eleito. O cardeal Roncalli, então Patriarca de Veneza (Itália), presidiu naquele santuário mariano à peregrinação de maio, em 1956, a convite do bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva.
O Papa que convocou o Vaticano II e Portugal
O Papa que convocou o II Concílio do Vaticano, João XXIII, esteve no Santuário de Fátima, dois anos antes de ser eleito. O cardeal Roncalli, então Patriarca de Veneza (Itália), presidiu naquele santuário mariano à peregrinação de maio, em 1956, a convite do bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva.
Ao pisar solo português, dia 09 de maio, no aeroporto de Lisboa, as suas primeiras palavras foram de agradecimento ao país que o recebia “com um magnífico dia de sol” (Cf. Boletim de Informação Pastoral [BIP]; Nº 15; página 20). No dia seguinte celebrou na Igreja do Loreto (Lisboa) para a comunidade italiana e foi homenageado na Nunciatura Apostólica.
Chegou ao Santuário de Fátima no dia 12 de maio à tarde onde foi recebido pelo bispo de Leiria e outros prelados presentes. No dia seguinte presidiu às cerimónias e na sua homilia, proferida em português, “mostrou-se profundo conhecedor da história de Fátima” (Cf. BIP, Nº 15; página 20). No ofertório recebeu das mãos de D. José Alves Correia da Silva um cálice de ouro com as armas de Patriarca de Veneza.
Antes de deixar Portugal foi recebido, dia 14, pelo presidente do Conselho, António de Oliveira Salazar. Dias depois, em carta dirigida, ao bispo de Leiria diz que ficou impressionado com o “espetáculo de Fátima” e que se serviu do cálix oferecido no pontifical de Pentecostes em São Marcos (Veneza). Mais tarde, já Papa, na mensagem que proferiu na inauguração (17 de maio de 1959) do Monumento a Cristo Rei (Almada), lembra a sua vinda ao Santuário de Fátima.
Na mensagem, João XXII revela que quando foi a Fátima teve “o prazer de admirar e apreciar o monumento, que se estava construindo, e que hoje [17 de maio de 1959] é inaugurado perante todo o episcopado português, de aquém e além-mar, e os representantes do episcopado brasileiro” (Cf. BIP, Nº 2; página 36).
No entanto, dois meses antes (16 de março de 1959), o Papa enviou também uma mensagem por ocasião do 25º aniversário da Acção Católica Portuguesa (ACP). O texto de João XXIII foi lido, em Fátima, no encerramento da Semana de Estudos (31 de março a 15 de abril) que ali reuniu o “escol dirigente deste providencial movimento de apostolado” (CF. BIP, Nº 1).
Por altura da segunda reunião do episcopado português de Angola e Moçambique (realizada em Luanda em 1959), o Papa que convocou o II Concílio do Vaticano enviou, através do seu secretário de Estado, cardeal Tardini, ao cardeal de Lourenço Marques e demais bispos das províncias de África, uma carta sobre os problemas a tratar nessa reunião, focando especialmente dois pontos: “a preparação de clero indígena para os encargos que no futuro hão de assumir na organização eclesiástica e a instrução rudimentar dos indígenas, totalmente a cargo da Igreja” (CF. BIP, Nº 12, página 20).
No ano seguinte (1960), João XXIII enviou o Patriarca de Lisboa, Manuel Gonçalves Cerejeira, como legado pontifício à inauguração de Brasília, a nova capital do Brasil. Por carta apostólica de 15 de janeiro do mesmo ano declara Nossa Senhora do Ar como padroeira da aviação portuguesa (Cf. Lumen, agosto de 1960).
LFS