Igreja/Cultura: Feira do Livro é oportunidade para descobrir obras antigas que continuam a ser novas

Responsáveis pelas editoras Paulinas e Principia revelam expectativas e novidades

Lisboa, 26 abr 2012 (Ecclesia) – A Feira do Livro de Lisboa é uma ocasião para descobrir obras antigas que não deixaram de ser novas, ainda que a iniciativa possa comprometer o futuro de algumas livrarias, consideram responsáveis católicos de editoras presentes no evento.

O diretor comercial da Paulinas explicou hoje à Agência ECCLESIA que a Feira “permite ao cliente ter acesso ao fundo editorial”, uma “espécie de jardim secreto cada vez mais difícil de expor”.

“O modelo de gestão de hoje é assente na novidade – publicam-se anualmente 16 mil livros novos em Portugal – pelo que o prazo de vida de um livro no ponto de venda é equivalente à validade de um iogurte”, assinalou Carlos Rito.

O responsável pela editora Principia, Henrique Mota, sublinhou que “a Feira é importante como festa e possibilidade de o público encontrar livros que hoje não estão disponíveis nas livrarias”.

O impacto do evento nas vendas anuais “é muito modesto”, seja positiva para a tesouraria, dado que “significa um desafogo a meio do ano que é relevante para muitas editoras”, acrescentou.

Henrique Mota admitiu que as vendas na Feira possam ter “uma queda menor do que a que ocorre nas livrarias”, à semelhança do que aconteceu o ano passado, mas disse estar “preocupado” com o impacto da iniciativa nos pontos de venda.

“Na situação de fragilidade em que as livrarias estão, a perda de vendas para a Feira pode ser comprometedora para algumas”, sustentou o responsável da Principia, cujos quatro stands distribuem obras das editoras Tribuna da História, Texto & Grafia, Coisas de Ler, Opera Omnia, Humus, Pomar, Scrib, Diel, e Pearl Books.

Os responsáveis da editora Paulinas, presente com dois pavilhões, um deles dedicado ao setor infantojuvenil, estão moderadamente otimistas quanto às vendas: “Vivemos um momento delicado e não podemos andar iludidos com expectativas muito altas”.

“Este ano a Feira centra-se no autor”, explicou Carlos Rito, pelo que a editora criada pela congregação das Irmãs Paulinas privilegia os autores portugueses, como o “padre José Tolentino Mendonça e o cónego António Rego para a faixa etária dos adultos”.

Gianfranco Ravasi, Ermes Ronchi, Albert Nolan, Timothy Radcliff, Timothy Keller, Andrea Riccardi e Anselm Grün são outros escritores em destaque nas Paulinas, que oferece descontos de 40 por cento no “livro promocional” e “livro do dia”, 20 por cento em todo o catálogo relativamente ao preço de venda ao público e pelo menos 50 por cento na ‘Hora H’, que ocorre antes do fecho da feira em dias determinados.

As Paulinas agendaram várias iniciativas, começando este sábado, às 17h30, com o lançamento de “Ana Açúcar”, de Maria Teresa Maia Gonzalez, seguindo-se, no domingo, à mesma hora, uma sessão de autógrafos com Paulo Bandeira, autor de ‘Gabriel, o Anjinho Mensageiro’ e ‘Miguel, o Anjinho Conciliador’.

Na próxima quinta-feira, pelas 18h30, é lançado o volume “Ao sabor da palavra”, do português D. Manuel António dos Santos, bispo de São Tomé e Príncipe.

A Principia também oferece descontos mas não tem eventos agendados para a Feira, pelo que os lançamentos se realizam na Livraria Férin, antigo estabelecimento no centro histórico de Lisboa, como acontece hoje, às 18h00, com a apresentação da obra “1 de dezembro – Dia de Portugal”, de José Ribeiro e Castro.

A “maior apreensão” de Henrique Mota para a Feira que decorre até 13 de maio é a chuva: “Ontem [25 de abril] foi terrível”.

RJM

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