Europa: Bispos e agências de desenvolvimento pedem mais transparência contra evasão fiscal

Responsáveis católicos criticam exploração dos recursos naturais em países mais pobres pelas multinacionais

Bruxelas, 26 abr 2012 (Ecclesia) – Um grupo de bispos católicos da Europa, África e América Latina subscreveu um apelo dirigido aos responsáveis da União Europeia, exigindo “mais transparência” na luta contra a corrupção e a evasão fiscal.

“As multinacionais privam os países em desenvolvimento de cerca de 125 mil milhões de euros, todos os anos”, assinala o documento, enviado hoje à Agência ECCLESIA.

A iniciativa é apoiada pela CIDSE, rede internacional de agências católicas de desenvolvimento.

O texto pede a implementação de uma “regulamentação forte que exija completa transparência às empresas que operam em todos os setores da economia”, favorecendo assim “uma mais justa redistribuição das riquezas”.

Um dos 15 bispos signatários. D. Joseph Banga (R. D. Congo), afirma à CIDSE que mesmo “um ‘pequeno’ projeto de 10 mil euros pode ter enormes repercussões nas comunidades circundantes”, observando, por exemplo, que as minas “empregam crianças que deveriam estar na escola”.

As 16 organizações católicas de desenvolvimento da Europa e da América do Norte – nas quais se inclui a Fundação Fé e Cooperação (FEC), de Portugal – da CIDSE criticam a Alemanha e o Reino Unido, entre outros, por tentarem travar a nova legislação comunitária em matéria de transparência económica.

“Temos de avançar rapidamente para adotar reformas necessárias para a transparência plena das indústrias de extração”, assinala o presidente da rede internacional, Chris Bain.

Para este responsável, é necessário “proteger as comunidades mais pobres da exploração e assegurar que recebem uma parte justa dos lucros realizados com a riqueza natural da sua terra”.

OC

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