Vaticano II: Concílio com «50 anos de atualidade»

Bispos portugueses afirmam que a fé deixou de ser um «dado evidente» e pedem presença cristã na vida social e política

Lisboa, 10 out 2012 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) espera que os católicos do país assinalem os 50 anos de abertura do Concílo Vaticano II (1962-1965), celebrados esta quinta-feira, numa altura em que “a fé deixou de ser um dado evidente”.

“Celebrar o Concílio Vaticano II não significa recordá-lo em clima de nostalgia do passado, mas revivê-lo e projetá-lo, na abertura ao futuro onde Deus nos espera. Cabe-nos a missão de pôr sempre mais em prática o Vaticano II, um Concílio com 50 anos de atualidade”, refere a ‘Celebrar e viver o Concílio Vaticano II’, publicada em abril.

Para os bispos católicos, esta é uma ocasião para “experimentar a alegria e o entusiasmo do encontro com Cristo na comunidade da sua Igreja”.

“Se a nossa fé não se renova, facilmente degenera num adorno espiritualista e as práticas religiosas não passam de rituais sem alma e coração”, indica o texto.

A nota pastoral observa que “não basta mostrar a nossa concordância com os documentos do Concílio Vaticano II e o Catecismo da Igreja Católica”, publicado há 20 anos, apelando a um “estilo de vida cristã, na família e no trabalho, na vida social e política”.

Recordando o “dinamismo de renovação” que foi experimentado na Igreja, “aos mais diversos níveis e quadrantes geográficos”, após este evento, os bispos portugueses pedem aos católicos “fidelidade criativa” aos ensinamentos conciliares.

“Queremos dar graças a Deus por este Concílio providencial que continua a inspirar a Igreja”, apedar de todas as “hesitações e desvios”, assinala a CEP.

A Igreja Católica em Portugal é desafiada a integrar nos seus planos pastorais as “indicações gerais e as propostas de ação” que Bento XVI deixou na convocação do Ano da Fé, com início marcado para outubro, por ocasião do cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II.

“Propomos que as atividades e iniciativas programadas, como cursos, jornadas, pregações, retiros, encontros, peregrinações, intervenções na comunicação social e a própria oração, possam abordar temas na linha das efemérides celebradas”, refere a nota, publicada pela Agência ECCLESIA.

O momento celebrativo, a nível nacional, vai decorrer entre sexta-feira e sábdo, em Fátima, “aproveitando a habitual peregrinação [do 13 de outubro] e praticamente em coincidência com a data da abertura do Concílio há 50 anos”, cerimónia presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.

“Fraternalmente unidos, agradeceremos a Deus a grande graça do Concílio Vaticano II, que ainda hoje continua a ser bússola segura que norteia a vida e a ação da Igreja de Cristo”, explica a CEP.

OC

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