Responsáveis católicos na Suíça, Luxemburgo, Reino Unido e Alemanha passaram por Lisboa para falar da situação dos emigrantes portugueses
Lisboa, 19 abr 2012 (Ecclesia) – O coordenador nacional da Pastoral das Migrações na Suíça, padre Aloísio Araújo, referiu hoje que “as pessoas foram iludidas” na “nova vaga de emigração” para aquele país.
Em declarações à Agência ECCLESIA, este responsável sublinhou que algumas famílias “foram enganadas por redes de angariação de trabalho”.
O sacerdote participa no encontro a decorrer em Alfragide (Lisboa), com responsáveis de Cáritas e capelanias católicas de alguns países europeus.
Alguns emigrantes portugueses na Suíça “começaram a dormir na rua e nos espaços públicos dos comboios” devido à escassez de trabalho.
Atualmente, confessou o padre Aloísio Araújo, “andam centenas de portugueses na rua à procura de trabalho” e as missões católicas tentam ajudar “naquilo que podem, através do auxílio nas necessidades básicas”.
O responsável aconselha os portugueses “a não irem caso não tenham um contacto seguro e um trabalho garantido”.
Também no Luxemburgo, onde a taxa de desemprego se situa nos 6%, a “precariedade se torna evidente” e o número de emigrantes portugueses” continua a aumentar”, disse à Agência ECCLESIA Amílcar Monteiro, técnico de ação social da Cáritas nesse país.
O Luxemburgo “não estava preparado” para receber tantos emigrantes e, segundo este responsável, “chegam portugueses com bom nível escolar e formação universitária (enfermeiros, juristas, psicólogos), mas não preenchem os requisitos necessários, que são os idiomas: luxemburguês, francês e alemão”.
Dado que “numa atitude de desespero tudo é permitido”, Amílcar Monteiro revelou que algumas pessoas “chegam no seu próprio veículo”, mas “ficaram desencantados” porque “não conseguiram encontrar o emprego e alojamento”.
O capelão da Missão Católica na Inglaterra, padre Pedro Rodrigues, referiu que também naquele país “alguns emigrantes foram enganados com falsas promessas”.
Se o mercado de trabalho está saturado noutros país, a Alemanha “está bem economicamente e tem muita oferta de trabalho”, disse o padre Manuel Janeiro, delegado local das Missões Católicas Portuguesas.
As empresas alemãs estão “a precisar de trabalhadores, mas, essencialmente, pessoas diplomadas, o problema é saber a língua alemã”, salienta, antes de deixar um alerta: “Nunca ir à toa, as pessoas devem informar-se antes de partirem”.
Esta iniciativa, promovida pela Obra Católica Portuguesa das Migrações, Cáritas Portuguesa e Agência ECCLESIA, conta com a participação de agentes pastorais do Luxemburgo, Suíça, França, Reino Unido, Alemanha e Holanda, e pretende articular estes organismos na colaboração em ordem a “uma melhor integração dos portugueses nesses países”.
LFS/OC