Família: Responsáveis destacam «ameaças» e crise na compreensão social

«Agenda» contra modelo tradicional preocupa responsáveis portugueses

Lisboa, 18 abr 2012 (Ecclesia) – As famílias portuguesas enfrentam “várias ameaças” por causa das mudanças nas últimas décadas, referiu esta terça-feira Teresa Costa Macedo, consultora do Conselho Pontifício para a Família e presidente da CNAF – Confederação Nacional das Associações de Família.

A ex-secretária de Estado da Família falou à Agência ECCLESIA durante o encontro “A Família e o Direito – Nos 30 Anos da Exortação Apostólica ‘Familiaris Consortio’”, que decorreu na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa.

Segundo esta responsável, após o 25 de abril de 1974 “a família defrontou-se com várias ameaças e diversidades que por um lado a recolocaram no seu lugar próprio enquanto primeira instituição e comunidade da sociedade portuguesa, mas por outro procuraram anulá-la e aliená-la”.

Pensava-se então “que a sociedade se libertava sem a família e que o homem não precisava dela para se afirmar enquanto pessoa e cidadão”, sustentou Teresa Costa Macedo.

A especialista recordou que a ‘Familiaris Consortio’, de João Paulo II, sublinha “os direitos políticos, além dos sociais, culturais e económicos”.

“Cada vez mais nesta sociedade consumista e hedonista a família tem de se apresentar como produtora de bens e serviços”, observa.

Já o deputado José Ribeiro e Castro afirma que “a família atravessa uma crise, sobretudo na sua compreensão social”.

“Há uma grande incompreensão do Estado e dos poderes públicos relativamente às dificuldades quotidianas da família”, alerta este responsável, para quem se assiste a uma “carga superior de encargos financeiros e a um total alheamento das suas necessidades”.

Para Ribeiro e Castro, “hoje a família, mais do que pedir que a apoiem, pede que não a discriminem”.

“Já seria bom que deixassem de atuar contra ela”, refere.

Para o parlamentar português, “do ponto de vista da legislação há uma confusão conceptual crescente quanto a novos modelos de vida” e “uma agenda bastante clara” para atacar a família, “que tem uma presença bastante exuberante nos organismos internacionais”.

“Estamos perante ataques ideológicos contra a família enquanto modelo. Ela nunca foi a única forma de vida mas é um paradigma social de organização que corresponde ao impulso natural que é o amor entre um homem e uma mulher que desejam unir-se para ter e educar os seus filhos”, alerta.

O encontro “Família – Direito e Lei” recordou a exortação de João Paulo II ‘Familiaris Consortio’, assinada em 1981, na qual o Papa polaco afirma que “o matrimónio e a família constituem um dos bens mais preciosos da humanidade”.

A iniciativa foi organizada pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em articulação com a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e a CNAF.

RJM/OC

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