Cultura: Festival Terras Sem Sombra estreia versão moderna do «Te Deum» de Marcos Portugal

Autor nascido há 250 anos é «um dos mais famosos compositores portugueses de todos os tempos», sublinha diretor artístico, Paolo Pinamonti

Beja, 14 abr 2012 (Ecclesia) – O Festival Terras Sem Sombra, organizado pela Igreja Católica em parceria com entidades públicas e particulares, estreia hoje uma versão moderna do “Te Deum” de Marcos Portugal, compositor nascido em Lisboa há 250 anos.

O Coro da Universidade de Aveiro e a Orquestra Filarmonia das Beiras, sob a direção de António Vassalo Lourenço, vão interpretar na igreja matriz de Almodôvar, 200 km a sul de Lisboa, o “Te Deum laudamus a quatro voci com piena orchestra”, composto em 1802.

A obra, que “resultou de uma encomenda da Casa Real para o batismo do infante D. Miguel”, era originalmente um hino cantado em dias solenes do calendário religioso, passando depois a ser usada também nas celebrações litúrgicas de ação de graças, explica uma nota enviada à Agência ECCLESIA.

O diretor do Departamento do Património da Diocese de Beja, responsável pelo Festival Terras Sem Sombra, considera que Marcos Portugal (1762-1830) “é o mais famoso compositor português”, tendo as suas óperas rivalizado “nos palcos internacionais, em inícios do século XIX, com as de Rossini e Mozart”.

O concerto, marcado para as 21h30, inclui a execução do “Requiem em Sol menor” do italiano Domenico Cimarosa (1749-1801), autor que apresenta “muitos pontos de contacto” com Marcos Portugal, havendo notícia de que as peças de ambos “foram frequentemente intercaladas nos teatros da época”.

O italiano Paolo Pinamonti, diretor artístico do festival de música sacra do Baixo Alentejo, considera que o concerto é “extremamente simbólico” por aliar “a exaltação de um dos mais famosos compositores portugueses de todos os tempos” à “interpretação de atuais e promissores agrupamentos e intérpretes nacionais, numa perfeita união do passado ao presente”.

A salvaguarda da biodiversidade, que complementa os concertos, vai ser assinalada com uma iniciativa na bacia do rio Guadiana que visa monitorizar espécies de peixes em risco, “como o saramugo, hoje mais raro e ameaçado do que o lince ou o panda”, e a recolha de espécies exóticas.

A ação, que envolve músicos, espectadores e população local no domingo, às 10h30, na ribeira do Vascão, vai também dar atenção às “plantas aromáticas e medicinais, um extraordinário potencial da vegetação autóctone, sustentáculo de diversificação empresarial e de emprego”.

O Festival Terras Sem Sombra, criado em 2003, conta com o apoio da Pedra Angular (Associação dos Amigos do Património da Diocese de Beja), Turismo do Alentejo, Teatro Nacional de São Carlos, municípios, paróquias e misericórdias, além de empresas e famílias.

RJM

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top