«A solidariedade forçosa que hoje se impõe, há de ser um hábito que melhores nos faça», afirmou D. Manuel Clemente
Porto, 02 abr 2012 (Ecclesia) – O bispo do Porto lembrou este domingo o papel dos laços familiares no apoio aos mais carenciados e sublinhou que a legislação deve favorecer a formação e conservação da família, que classificou de “bem de primeiríssima ordem”.
“O que seria, de facto, de tantos que não podem sustentar-se já por si, se não fossem os apoios familiares que mantêm ou recuperam?”, questionou D. Manuel Clemente na sé portuense.
Na celebração do Domingo de Ramos, que marca o início da Semana Santa, o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa frisou que a importância social dos agregados familiares deve ser sustentada pelo ordenamento jurídico.
“Sejamos coerentes e consequentes, priorizando na lei e nas práticas as necessárias garantias de viabilidade das famílias, na respetiva constituição e manutenção, como bem de primeiríssima ordem”, afirmou.
Depois de afirmar que “dificilmente” se regressará “à caricatura de paraíso que o consumismo prometia – e apenas a alguns”, o responsável realçou a necessidade de os portugueses se tornarem “mais sóbrios e solidários”.
“A solidariedade forçosa que hoje se impõe, há de ser um hábito que melhores nos faça, tendo em vista o amanhã geral”, disse D. Manuel Clemente, que apelou “vizinhança ativa de quem descobre em cada pessoa o maior tesouro do mundo”.
O pelado pediu aos fiéis para serem “mais convictos na adesão e mais persistentes no seguimento de Cristo”, não só “contemplativamente” mas também “ativamente”, “acompanhando-o em tudo e em todos onde Ele se assinala hoje”.
“Para quem aclama Cristo, a sobriedade solidária e caritativa não é apenas obrigação, antes devoção”, disse o responsável, que apelou acentuou a necessidade de uma “educação diligente para que cada um desenvolva o melhor que tem, o melhor que é”.
Na missa também dedicada ao Dia Mundial da Juventude, que a Igreja Católica celebra no Domingo de Ramos, o bispo do Porto pediu aos adolescentes, pais e educadores que se assumam o compromisso de se redescobrirem “nas obrigatórias diferenças”.
“A vós, caríssimos jovens aqui presentes, em Jornada que é especialmente vossa, apelo convictamente ao que podeis e deveis dar, sobretudo uns aos outros”, referiu D. Manuel Clemente.
A Semana Santa (também denominada Semana Maior), a última da Quaresma, termina com o Tríduo Pascal, que inclui as celebrações evocativas das seguintes narrativas bíblicas referentes a Jesus: última ceia (Quinta-feira Santa), morte (Sexta-feira Santa) e ressurreição (Vigília Pascal e missa do dia de Páscoa).
RJM