Ministro dos Negócios Estrangeiros falou aos jornalistas após reparos sobre o marxismo deixados por Bento XVI
Havana, 24 mar 2012 (Ecclesia) – O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba disse esta sexta-feira que o país vai receber Bento XVI com “afeto” e escutar as suas palavras com “respeito”, antecipando a visita que começa na segunda-feira.
Bruno Rodríguez falava aos jornalistas, ao inaugurar o centro internacional de imprensa para a viagem papal, tendo comentado as declarações do Papa durante o voo que o levou de Roma ao México, nas quais Bento XVI defendeu que “a ideologia marxista, como foi concebida, já não responde à realidade”, pelo que é necessário “encontrar novos modelos”.
“Respeitamos todas as opiniões”, disse o líder da diplomacia cubana, afirmando que o país tem “convicções profundas” e está aberto à “troca de ideias”.
O responsável, citado pela página oficial da visita, destacou a “tenacidade” dos cubanos nas suas lutas pela soberania e a independência, antes de elogiar a existência na ilha de um projeto social caracterizado por uma “democracia genuína” e “constante aperfeiçoamento”.
Rodríguez destacou os pontos de coincidência entre o Governo cubano e a Santa Sé, como “a defesa da paz e a luta pela sobrevivência da espécie humana”.
Cuba, acrescentou, apoia a independência e a diversidade cultura, bem como uma ordem internacional “justa e equitativa”.
Sobre o cenário que Bento XVI vai encontrar na sua visita, que decorre entre segunda e quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros cubano disse que o Papa vai encontrar um povo “capaz de resistir mais de meio século a um bloqueio imposto desde o exterior”, numa referência à política seguida dos Estados Unidos da América.
Rodríguez contestou ainda as tentativas de “manipular a viagem apostólica” que vai começar na província oriental de Santiago de Cuba, junto do santuário da Virgem da Caridade, padroeira do país, no ano em que se assinala o 400.º aniversário da descoberta desta imagem.
A viagem vai ser acompanhada por cerca de 800 jornalistas de 295 órgãos de comunicação de 33 países.
O programa do Papa inclui duas missas, em Santiago e Havana, bem como encontros com autoridades governamentais e religiosas.
OC