México/Cuba: Meia volta ao mundo para encontro com 100 milhões

Programa, locais e números da 23ª viagem de Bento XVI ao estrangeiro

Bento XVI vai percorrer o equivalente a meia volta ao mundo na visita ao México e Cuba que decorre de 23 a 29 de março, junto mais de 100 milhões de católicos. A “visita de cortesia” ao presidente de Cuba, Raul Castro, e a missa na Praça da Revolução, em Havana, capital do país, constituem alguns dos pontos da agenda do Papa, divulgada pela Santa Sé, que parte de Roma às 09h30 (hora local, menos uma em Lisboa) do dia 23, sexta-feira, para uma viagem de 10 mil km em direção ao México.

Segundo números do Vaticano, existem no México mais de 99 milhões de católicos (91,89 por cento da população), o que corresponde a cerca de 8,2 por cento do total de batizados em todo o mundo (1196 milhões) e coloca o país em segundo lugar, a nível mundial, apenas atrás do Brasil. Em Cuba, os católicos são 6,7 milhões, 60,19 por cento da população da ilha.

A cerimónia de boas-vindas ao México, prevista para as 16h30 (hora local, mais seis em Lisboa) no aeroporto de Guanajuato, capital do Estado com o mesmo nome, vai ser a primeira das dez intervenções papais, entre discursos, homilias e saudações.

A terceira viagem de Bento XVI ao continente americano, depois do Brasil (2007) e Estados Unidos da América (2008), continua no sábado com a celebração da missa, em privado, na capela do Colégio Miraflores.

A estadia em Guanajuato, 350 km a noroeste da Cidade do México, prossegue às 18h00 com a visita ao presidente mexicano, Felipe Calderón; pelas 18h45 o Papa dirige uma saudação às crianças reunidas na Praça da Paz.

A agenda de domingo começa às 10h00 (hora local, mais sete em Lisboa) com a missa no Parque do Bicentenário, em Léon, 60 km a leste de Guanajuato, seguindo-se a oração do Angelus, celebrações em que Bento XVI intervirá com uma homilia e uma breve palavra.

O Papa encontra-se às 18h00 com os bispos do México e da América Latina na Catedral da Mãe Santíssima da Luz, também em León, onde profere um discurso e recita as Vésperas, oração litúrgica do final da tarde, terminando desta forma o quinto domingo da Quaresma, duas semanas antes da Páscoa.

O último discurso de Bento XVI em solo mexicano está planeado para a cerimónia de despedida, às 09h00 de segunda-feira, dia 26, no aeroporto de Guanajuato, e meia hora depois o Papa inicia o trajeto para Santiago de Cuba, 2600 km para leste.

A cerimónia de boas-vindas no aeroporto local, onde o Papa vai discursar perante o presidente Raul Castro e a Conferência Episcopal Cubana, está programada para as 14h00 (hora local, mais seis em Lisboa).

O primeiro dia em Cuba encerra com a missa, e respetiva homilia, na Praça Antonio Maceo, por ocasião dos 400 anos da descoberta da imagem da Virgem da Caridade, padroeira de Cuba.

A visita ao Santuário da Nossa Senhora da Caridade, em Santiago de Cuba, pelas 09h30, marca o início de terça-feira, dia em que não se preveem intervenções de Bento XVI, que às 10h30 parte do aeroporto local rumo a Havana, num voo de 750 km.

A aterragem na capital está prevista para as 12h00 e quando forem 17h30 o Papa visita Raul Castro no Palácio da Revolução, antes de jantar com os bispos de Cuba na Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé), pelas 19h15.

A Praça da Revolução, em Havana, recebe às 09h00 de quarta-feira a última missa e homilia do Papa, que às 16h30 se despede de Cuba com um discurso no aeroporto de Havana, meia hora antes de partir para Roma, onde deve chegar às 10h15 de quinta-feira, 29 de março, 22 mil km após o início da viagem.

 

México

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, explicou aos jornalistas que o Papa não irá deslocar-se à Cidade do México (e o Santuário de Guadalupe), capital do país, por causa da “altitude” (cerca de 2400 metros), optando pelo Estado de Guanajuato, na região central. É nesta localidade que se situa a Diocese de León, que será a casa de Bento XVI em solo mexicano, fundada pelo Papa Pio IX em janeiro de 1863.

20 mil jovens voluntários vão acompanhar os peregrinos que queiram ver o Papa na Praça da Paz, no centro de Guanajuato, onde Bento XVI vai visitar a Casa del Conde Rul (século XVIII) por ocasião do encontro com o presidente da República Mexicana.

A celebração central vai decorrer no Parque Guanajuato Bicentenário, espaço comemorativo dos 200 anos da independência do México que se localiza entre as cidades de Guanajuato, Silao e León, com 14 mil metros quadrados.

O Papa vai ficar alojado no Colégio Miraflores, pertença da congregação das Escravas da Santíssima Eucaristia e da Mãe de Deus.

A Catedral de León, consagrada em março de 1866 e remodelada em 1902, vai acolher o encontro com os bispos do México e da América Latina. É uma basílica dedicada à Mãe Santíssima da Luz.

 

Cuba

Bento XVI vai começar a visita a Cuba pela cidade de Santiago, onde se encontra o Santuário da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira da ilha, cuja imagem foi descoberta há 400 anos. A celebração comemorativa vai decorrer na Praça Antonio Maceo, general cubano e líder independentista (1845-1896).

Bento XVI vai entregar à Virgem da Caridade a Rosa de Ouro e passará a noite numa residência, junto ao santuário, que vai visitar em privado.

Na capital, Havana, o Papa fica hospedado na Nunciatura Apostólica, onde vai receber os bispos.

A missa final vai decorrer na atual Praça da Revolução, antiga Praça José Martí (1853-1895), onde João Paulo II também celebrou em 1998.

Na ocasião, o Papa polaco recordou o político, poeta e herói nacional de Cuba, afirmando que “a doutrina de José Martí sobre o amor entre todos os homens tem raízes profundamente evangélicas, superando assim o falso conflito entre a fé em Deus e o amor e o serviço à Pátria”.

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