Católicos precisam de «olhos para ver, ouvidos para ouvir e um coração para perceber o que deve ser feito»
Lisboa, 06 mar 2012 (Ecclesia) – A Paróquia de Santa Isabel, em Lisboa, juntou-se à Junta de Freguesia, Centro de Saúde, Centro de Dia, PSP e Conferência de São Vicente de Paulo (Vicentinas) para apoiar pessoas doentes e sozinhas.
“Estamos interessados em que haja um trabalho em rede para lá das nossas especificidades”, explicou ao programa 70X7 o pároco, padre José Manuel Pereira de Almeida.
O sacerdote anunciou na emissão transmitida este domingo na RTP-2 o início, nesta Quaresma, de um “grande projeto” para formação de voluntários que vão prestar auxílio à população mais desamparada.
O também diretor do Secretariado Nacional da Pastoral Social sublinhou que a Igreja Católica tem uma rede de pessoas e organismos única em Portugal na deteção e apoio às situações de exclusão.
Referindo-se à mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma, intitulada ‘Prestemos atenção uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras’, o sacerdote frisou que os católicos devem estar atentos com “olhos para ver, ouvidos para ouvir e um coração para perceber o que deve ser feito”.
“Claro que não podemos mudar tudo, mas pelo menos podemos mudar a situação das pessoas que estão sozinhas, involuntariamente, no centro da cidade”, referiu o padre José Manuel, que criou um organismo paroquial integrador das pessoas que trabalham no cuidado pelo próximo.
Entre as áreas coordenadas por esta estrutura estão as visitas aos doentes, o voluntariado no Centro de Saúde local e a ‘Ceia de Santa Isabel’, que oferece refeições ao domingo e quinta-feira.
O ambiente criado nas “Ceias” não se resume ao “dar comida” mas pretende também criar laços dentro da paróquia, “na oportunidade que esta crise oferece”: “Todos temos alguma coisa para dar e todos necessitamos de receber alguma coisa”, assinalou.
A paróquia assumiu desde o último verão a tradicional Casa de Chá das Vicentinas, situada junto ao Largo do Rato, que recentemente foi referenciada pela sua qualidade no jornal ‘Expresso’.
O estabelecimento agora denominado Santa Isabel vai continuar a ser gerido por aquele organismo de solidariedade católico com o objetivo de financiar o trabalho social da paróquia.
70X7/RJM