Fadista afirma que tem objetivos «muito profundos» para a Quaresma
Lisboa, 01 mar 2012 (Ecclesia) – Cuca Roseta diz que a sua carreira profissional de fadista resultou de um “sinal de Deus” e considera que fado e religião “são a mesma coisa” por causa das emoções que despertam.
“Apaixonei-me brutalmente pelo fado como se ele me viesse procurar”, salienta Cuca Roseta, que no programa ECCLESIA na Antena 1 que vai hoje para o ar interpreta a sua carreira como “um sinal de Deus” por não ter nascido numa família de fadistas.
Cuca Roseta acredita que “tudo se relaciona com Deus” e salienta que os seus poemas, “por ser católica, têm sempre um cunho espiritual muito grande”, com acontece com a ‘Ave-Maria Fadista’, que cantou durante a visita de Bento XVI a Portugal.
A artista tem o dia 11 de maio de 2010 como uma das três experiências mais marcantes da sua vida por causa da “honra enorme” de ter cantado para milhares de pessoas reunidas no Terreiro do Paço, em Lisboa, antes da chegada do Papa, naquela que foi uma “junção perfeita” entre fado e oração.
A fadista de 30 anos que pertenceu ao movimento católico Equipas Jovens de Nossa Senhora sente que a sua carreira artística é “uma espécie de missão” e diz-se “sortuda por ter um talento que toca os outros e os deixa emocionados e felizes”.
“O fado é emocional e a religião também. Não se conseguem distinguir, são a mesma coisa”, sublinha, acrescentando que este género musical “não serve para mostrar a voz mas a alma, as emoções e as palavras” cantadas.
Para Cuca Roseta a Quaresma, que “simboliza o renascer”, é um período de “40 dias de preparação para um dia muito importante”: “Tenho objetivos que são muito profundos; estou muito ansiosa por levá-los adiante e fazer esse recomeço na Páscoa”.
Nesta fase “de crise e sofrimento” em Portugal, diz, é importante “continuar a ter esperança”: “Mesmo que sejamos poucos devemos acreditar que vamos fazer alguma coisa pelos outros, em vez de nos fecharmos e acomodarmos na tristeza”.
O programa da Igreja Católica na Antena 1, transmitido de segunda a sexta-feira às 22h45 e aos domingos às 6h00, está a apresentar um conjunto de testemunhos relacionados com a caminhada quaresmal, envolvendo figuras ligadas às áreas da cultura, educação, música e religião.
A Quaresma, que começou com a celebração de Cinzas, no último dia 22, é um período de 40 dias, excetuando os domingos, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que servem de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão, este ano celebrada a 8 de abril.
PRE/RJM