Braga: Igreja quer reforçar diálogo cultural

Arcebispo sublinha oportunidades criadas pelas capitais europeias da Cultura e da Juventude em 2012

Lisboa, 28 fev 2012 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga deseja que a realização das Capitais Europeias da Cultura (Guimarães) e da Juventude (Braga) no território diocesano promova uma “relação permanente de diálogo” entre a Igreja e a sociedade.

“Não é o facto de alguém se considerar laico, indiferente, agnóstico ou ateu militante que impede uma convivência fraterna. Tudo isso é secundário porque o bem da humanidade é que interessa”, diz D. Jorge Ortiga, em entrevista publicada hoje no semanário Agência ECCLESIA.

Segundo este responsável, o confronto de ideias deve “mostrar que é possível conviver em harmonia apesar dos pensamentos diferentes”.

Nesse sentido, a Igreja Católica vai acolher entre 26 e 27 de novembro um encontro do ‘Pátio dos Gentios’, nova estrutura do Vaticano para o diálogo com os não crentes, com a presença do cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício da Cultura e também “algumas personalidades do estrangeiro e nacionais ligadas à área do pensamento”, adianta D. Jorge Ortiga.

O arcebispo de Braga quer que a comunidade católica local “seja capaz de influir nos diversos ambientes sociais” e “fazer com que a fé seja compatível com qualquer domínio da ciência”.

Este responsável assinala, por outro lado, que a diocese está a prosseguir o inventário das igrejas de Guimarães, no centro histórico da cidade.

“Fizemos um roteiro turístico onde propomos uma oferta do património cultural de Guimarães. Há algumas manifestações de património imaterial que iremos desenvolver com outra intensidade, nomeadamente a célebre ‘Ronda da Lapinha’ (peregrinação a um santuário que fica perto da Penha)”, observa.

No âmbito da Capital Europeia da Cultura, a Igreja Católica vai promover exposições e concertos, com a preocupação de “não se desligar dessa dimensão cultural”.

Quanto aos jovens, D. Jorge Ortiga espera que os católicos sejam capazes de “mostrar uma juventude que, estando ligada à Igreja, está comprometida com os variados problemas”.

Entre outras iniciativas, a cidade de Braga vai acolher a quinta edição do Festival Jota, que junta diversas bandas musicais com mensagem cristã.

Na entrevista, o arcebispo recorda as saudações escritas para as duas capitais europeias, nas quais apresenta ‘Guimarães 2012’ como uma oportunidade para “valorizar a pessoa, desenvolver as suas potencialidades e talentos, engrandecer o seu espólio cultural, cantando assim o que de bom e belo a vida tem”.

A mensagem para Braga, Capital Europeia da Cultura 2012, alude, por sua vez, ao clima de instabilidade que se vive atualmente, fazendo com que “muitos jovens não projetem o seu futuro”.

D. Jorge Ortiga, responsável pela arquidiocese localizada 350 km a norte de Lisboa, espera que estas iniciativas promovam “um exame de consciência, não apenas para bater com a mão no peito, mas para tirar algumas conclusões que façam parte do ritmo da vida quotidiana”.

Na mesma edição do semanário Agência ECCLESIA, Eduardo Jorge Duque, professor da Universidade do Minho e responsável pela Pastoral Universitária na diocese, fala de ‘Guimarães 2012’ como um “encontro de culturas” no qual a Igreja Católica participa, “propondo iniciativas como o roteiro religioso”, com material que auxilia a interpretar a arte religiosa. 

LFS/OC

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