Quaresma: Cardeal-patriarca lamenta perda do «sentido do pecado»

D. José Policarpo presidiu à celebração das cinzas, na Sé de Lisboa

Lisboa, 22 fev 2012 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa lamentou hoje a perda do “sentido do pecado” na sociedade contemporânea, convidando os católicos à “humildade”.

“A primeira manifestação da humildade na verdade é reconhecermos que somos pecadores, a realidade e o realismo do pecado na nossa vida”, afirmou.

D. José Policarpo falava na Sé Patriarcal, da capital portuguesa, durante a missa que marcou o início do período litúrgico Quaresma, com o rito da imposição das cinzas.

“É um tempo que nos convida a viver na humildade e na confiança. A humildade é a aceitação da verdade, não apenas teoricamente afirmada, mas a verdade da nossa vida, no seu presente e na sua esperança de futuro”, disse, na sua homilia.

Para o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, é preciso reconhecer “o que é o pecado”, com “coragem e humildade”, em situações como a “ganância” e “o amor desenfreado pelo dinheiro”, por exemplo.

Essas falhas, acrescentou, acontecem quando se violam “os mandamentos de Deus, que exprimem, em termos de Aliança, preceitos fundamentais da lei natural”.

“Estes não são artigos de um código jurídico, mas exprimem a vontade amorosa de Deus. Eles são uma expressão, compreensível por nós, do amor que Deus nos tem e nos ensina o caminho da vida”, prosseguiu D. José Policarpo.

O patriarca de Lisboa afirmou ainda os católicos devem avaliar a importância que dão “àquilo que Deus pede a cada um”.

“O pecado, nestas circunstâncias, toca na sua essência que é o ser uma infidelidade ao amor. Não fazer tudo para discernir e perceber a vontade de Deus a nosso respeito ou não querer segui-lo, na obediência da fé, é uma infidelidade de amor”, precisou.

O cardeal-patriarca referiu, em conclusão, que “a Quaresma é tempo de penitência e de conversão” e deixou um alerta: “A esmola, o jejum, a oração, devem passar-se entre nós e Deus”.

A Quaresma é um período de 40 dias – excetuando os domingos -, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário dos cristãos.

OC

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