Bispos querem reforçar fundos solidários

Resposta à crise domina destino dado à «renúncia quaresmal» das comunidades católicas, este ano mais voltada para Portugal

Lisboa, 22 fev 2012 (Ecclesia) – O reforço financeiro dos fundos diocesanos de solidariedade ou da Caritas para responder ao aumento de pedidos de ajuda, como consequência da crise social e económica em Portugal, domina as propostas dos bispos diocesanos para a «renúncia quaresmal».

Nas mensagens divulgadas até ao momento para a Quaresma 2012, que hoje se inicia, os prelados apelam à partilha de recursos, por parte dos católicos, seguindo uma tradição deste tempo litúrgico, em que os fiéis abdicam da compra de bens adquiridos habitualmente noutras épocas do ano, reservando o dinheiro para uma finalidade especificada pelo responsável diocesano.

D. Manuel Felício, bispo da Guarda, anuncia a “constituição e fortalecimento” do fundo diocesano de solidariedade, à semelhança do fundo nacional que é promovido pela Conferência Episcopal desde 2010.

Em Lisboa, a escolha do cardeal-patriarca vai também para o fundo diocesano, ‘Igreja Solidária’, visando “ajudar os que têm menos” e os que “foram mais atingidos pela atual crise”.

D. António Couto, bispo de Lamego opta igualmente pelo reforço do fundo solidário diocesano, “para ajudar a aliviar os irmãos mais necessitados”, destinando outra parte do montante para as comunidades de Malema e Nametil (Diocese de Nampula), Moçambique.

Mais a sul, D. Antonino Dias anuncia que o destino da renúncia será o fundo diocesano, cuja gestão é feita pela Caritas, “em prol dos mais carenciados” da Diocese de Portalegre-Castelo Branco.

Em Viana do Castelo, a renúncia segue, em partes iguais, para o Fundo Social Solidário ao cuidado da Conferência Episcopal Portuguesa, o Santuário de Nossa Senhora da Peneda e a Casa Sacerdotal.

D. José Alves, arcebispo de Évora, escolheu como destino a Caritas Diocesana para que “faça chegar aos que se encontram em dificuldades um sinal de fraternidade cristã e de amor de Deus”.

A comunidade católica de Leiria-Fátima quer fazer face ao “agravamento da crise socioeconómica”: “Para este efeito, tendo ouvido o Conselho presbiteral, decidimos que a renúncia quaresmal deste ano – fruto do dom e da partilha de cada um – será destinada à Caritas diocesana”, anuncia D. António Marto.

Já em Santarém, os católicos – que em 2011 oferecem 37 mil euros -, são chamados a ajudar a Caritas Diocesana que, por sua vez, dá apoio às Caritas locais, e uma diocese do Iraque: Kirkuk.

O bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, anunciou que as verbas recolhidas vão ser canalizadas para o Instituto Diocesano do Clero, ajudando na “formação permanente dos Presbíteros e Diáconos” e na “reconstrução da parte central do edifício do Seminário Diocesano de S. José”, que acolhe a Casa Sacerdotal e o Centro Pastoral.

A Casa Sacerdotal para os padres doentes e idosos de Aveiro vai receber parte do montante recolhido, que segue também para a diocese angolana de Luena.

Em Braga, foram anunciadas duas finalidades de índole diocesana [habitualmente, parte do contributo segue para outros países]: o “Fundo Partilhar com Esperança”, que apoia famílias necessitadas, e a recuperação da igreja paroquial de Anissó, Vieira do Minho, destruída por um incêndio em julho de 2011.

OC

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