Fátima: Azeite produzido pela Igreja Católica no «Pulmão do Santuário» pode ganhar marca própria

Ecologia e espiritualidade unem-se na Cova da Iria, Valinhos e Aljustrel

Fátima, Santarém, 14 fev 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica está a produzir azeite naquele que é considerado o “Pulmão do Santuário de Fátima”, uma zona protegida no Monte dos Valinhos e Aljustrel, próximo da Cova da Iria.

Dos cerca de 60 hectares detidos pelo Santuário na região, o equivalente a igual número de campos de futebol, a maioria é ocupado com 4700 oliveiras que em 2011 produziram 19 500 kg de azeitona e quase 2500 litros de azeite, revela a edição do mensário ‘Voz da Fátima’ publicada esta segunda-feira.

O azeite é consumido nas casas de retiro da instituição e o excedente é vendido a uma cooperativa mas no futuro pode vir a ser comercializado com nome específico, anunciou o administrador da instituição, padre Cristiano Saraiva.

“O nosso objetivo primeiro é sempre a preservação do olival, do monte, mas visto termos uma grande produção de azeite estamos a tentar que, a médio prazo, o possamos comercializar com marca e embalagens próprias”, explicou.

O santuário mariano localizado 120 km a norte de Lisboa tem também preocupações ecológicas, já que, segundo o sacerdote, os Valinhos “são um pulmão em termos ambientais e em termos espirituais, um pulmão de silêncio, de reflexão, de oração”.

“Tudo o que descaracterize o monte é eliminado, queremos a vegetação autóctone: as oliveiras, os carrascos, os pequenos arbustos”, frisou o responsável, que comunicou a intenção de reconstruir um moinho de vento, “ícone” recentemente adquirido, caso seja permitido pela autarquia.

A instituição paga a sete funcionários liderados por um engenheiro agrónomo e a um arquiteto paisagístico para fazer a manutenção do olival e do espaço envolvente do santuário, na Cova da Iria, refere o jornal.

Um dos melhoramentos mais recentes foi a limpeza e reabilitação da calçada e muros de proteção dos terrenos junto à Via-Sacra, percurso que evoca espiritualmente o trajeto que Jesus realizou em Jerusalém até à sua morte e sepultura, com momentos de meditação e oração em várias etapas, chamadas estações.

Valinhos e Aljustrel constituem pontos de passagem espiritualmente importantes para os peregrinos porque neles ocorreram em 1916 as três aparições do Anjo às crianças videntes e, em agosto de 1917, a da Virgem Maria, a única das seis que sucedeu fora da Cova da Iria.

RJM

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Agência ECCLESIA

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