D. Mario Zenari afirma que a insegurança impede mesmo que se façam funerais
Damasco, 10 fev 2012 (Ecclesia) – O representante diplomático de Bento XVI na Síria, D. Mario Zenari, denunciou hoje a “espiral de violência” que diz estar a aumentar dia após dia no país, provocando “vítimas inocentes”.
O núncio (embaixador da Santa Sé) falava à Rádio Vaticano após bombardeamentos que deixaram dezenas de mortos na cidade de Homs, a norte da capital Damasco, onde se tem concentrado a contestação ao regime sírio.
“O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) fala em mais de 400 crianças mortas desde o início do conflito, é uma coisa inacreditável, impressionante: as crianças são um alvo em Homs, por exemplo, onde se dispara sobre qualquer coisa que se mexa”, denuncia D. Mario Zenari.
Este responsável revela que “não se consegue sequer sepultar os mortos”, dando conta do caso de uma cristã greco-ortodoxa que teve familiares em casa durante quatro dias, antes de os conseguir enterrar, com a ajuda de um padre.
Segundo o prelado, começa a faltar alimentação e medicamentos, o que torna difícil socorrer os feridos.
“Estamos diante de uma emergência humanitária e é preciso um maior compromisso”, assinala, num apelo à comunidade internacional.
O núncio admite que é “muito difícil” o regresso ao diálogo entre as várias fações na Síria, pedindo que sejam promovidas “pelo menos as soluções possíveis”.
Quanto à minoria cristã, o representante diplomático do Papa diz que tem sido “respeitada”, pelo que poderá ter um papel importante para superar o atual “clima de ódio”.
“Os cristãos estão ao serviço da Síria e oferecem o seu espírito de diálogo, de reconciliação e de perdão”, conclui.
OC