Sacerdote jesuíta teve «relevância internacional», considera investigador espanhol
Porto, 27 jan 2012 (Ecclesia) – As qualidades humanas e científicas do padre Luís Archer (1926-2011) foram destacadas esta quinta-feira, no Porto, por cientistas presentes na conferência de homenagem promovida pelo Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa (UCP).
“É com muita saudade que evoco Luís Archer porque ele excede a figura do cientista e do intelectual, para ser de uma riqueza humana extremamente marcada”, disse à ECCLESIA o coordenador da cátedra UNESCO em Bioética da UCP, Walter Osswald.
O orador, Diego Gracia, psiquiatra e professor universitário espanhol, salientou que o sacerdote jesuíta “foi um homem que tanto no aspeto científico como bioético teve relevância internacional”, acrescentando que o seu pensamento “não perde atualidade”.
Walter Osswald realçou que o padre Luís Archer era “instintivamente” um “mestre”: “Estava sempre a dizer alguma coisa com que se aprendia. Mesmo numa conversa aparentemente banal havia sempre um núcleo de coisas importantes que eram transmitidas”.
“Aprendi muito com ele a escutar e a ser tolerante com aqueles que pensam de forma diferente”, referiu o investigador, que elaborou pareceres conjuntos com o sacerdote quando ambos colaboraram no Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.
Ana Sofia Carvalho, diretora do Instituto de Bioética da UCP afirmou que é “essencial” lembrar o padre Luís Archer, “um dos pioneiros da bioética em Portugal”.
O jesuíta foi distinguido em 2006 com o Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, atribuído pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura em nome da Igreja Católica.
O júri considerou que o sacerdote foi “um cientista da vida, com uma vida dedicada à humanidade que procurou cientificamente compreender melhor, mas uma vida sobretudo apostada em promover e elevar a humanidade”.
A terceira e última sessão da homenagem ao padre Luís Archer decorre a 8 de fevereiro, com a intervenção de Roberto Andorno, da Faculdade de Direito da Universidade de Zurique (Suíça), que vai proferir a conferência “Natureza humana, direitos humanos e direito internacional na era da biotecnologia”.
PTE/RJM