Lisboa: Patriarca denuncia «perseguidores»

Diocese celebrou festa litúrgica do seu padroeiro principal, São Vicente, e D. José Policarpo explicou «martírio cristão»

Lisboa, 22 jan 2012 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa alertou hoje para a perseguição religiosa contra os cristãos que continua a fazer “mártires”, apelando à sua denúncia como “uma batalha de civilização”.

“O sentido místico do martírio não deve impedir todas as forças que lutam pela dignidade do homem de denunciar e isolar os perseguidores”, referiu D. José Policarpo, na catedral da capital portuguesa, durante a homilia da missa em que se assinalou a festa de São Vicente, padroeiro da diocese.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa observou que “sempre existiram mártires, porque sempre existiram perseguidores”.

São Vicente, diácono de Saragoça (Espanha), foi martirizado no início do século IV, na perseguição de Diocleciano, a última desencadeada pelos imperadores romanos contra os cristãos.

“Ao longo dos séculos sempre houve homens e mulheres que aceitaram sacrificar a vida por uma causa nobre”, disse D. José Policarpo.

Para este responsável, contudo, os cristãos não “decidem da sua própria morte por motivos que consideram nobres”, como os “autoproclamados mártires muçulmanos” ou “monges budistas que se imolam”.

“O mártir cristão não decide da sua própria morte; sofre-a por fidelidade”, precisou.

Segundo o patriarca de Lisboa, em causa está o “seguimento de Cristo até às últimas consequências”, como aconteceu ao longo dos séculos, “na Europa, na Coreia, no Japão, em África”.

“A palavra martírio [termo de origem grega] readquire o seu sentido original de testemunho: o mártir é uma testemunha. Só o testemunho dos cristãos comunica a fé e faz crescer a Igreja”, acrescentou.

D. José Policarpo admitiu, a este respeito, que a Igreja vive “uma espécie de paradoxo”, dado que “por um lado, procura mitigar o sofrimento humano e, por outro, dá-lhe um sentido sublime e transcendente”.

Em conclusão, o cardeal-patriarca deixou votos de que a o martírio de São Vicente, “padroeiro do Patriarcado e protetor da cidade de Lisboa”, continue a ser “fecundo”.

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top