Bispo auxiliar da diocese, D. Manuel Linda critica «mundo dos adultos, detentor do poder»
Braga, 02 jan 2012 (Ecclesia) – D. Manuel Linda, bispo auxiliar de Braga, pediu este domingo que os jovens tenham “verdadeiras condições” para o seu desenvolvimento pessoal e social”, em particular no “acesso ao mercado de trabalho e a consequente possibilidade de constituir família”.
Falando na missa de ano novo, na sé bracarense, o prelado apontou o dedo ao “mundo dos adultos, detentor do poder”, que nega aos jovens essas possibilidades e “em contrapartida, talvez para os manter anestesiados, favorece-lhes – e incentiva! – um estilo de vida não só amoral como, muitas vezes, verdadeiramente imoral”.
O bispo auxiliar comentou a mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz, este ano dedicado à educação das novas gerações, e apresentou a Igreja como “eterna aliada dos jovens”.
“De facto, parece lógico que entre a Igreja e os jovens haja uma espécie de sintonia natural. Porque se encontram nesta base, comum às duas partes: na não conformidade ou aceitação acriteriosa da sociedade vazia e mesquinha e na contínua proposta e anseio de um outro estilo de vida coletivo mais humano, mais efetivamente livre, mais verdadeiro, mais justo e mais fraterno”, assinalou.
D. Manuel Linda disse que, em 2011, a juventude foi, “muitas vezes objeto de notícia”, por “boas e más razões”, e constituiu-se em “agente de forte mudança histórica”, ao desencadear “o que alguns denominaram de «primavera árabe», processo que, infelizmente, não parece estar a seguir a direção sonhada”.
“A homilia do bispo auxiliar frisou que “as coisas não vão bem”, criticando quem procura “afastar os jovens da Igreja e até canalizar para a violência e para a destruição a natural insatisfação juvenil e a sua ânsia de transformação do mundo”.
“A nossa cultura, gradualmente, parece estar a abandonar a sua matriz cristã e a dar ouvidos ao canto da sereia do positivismo, do economicismo e do materialismo, em detrimento dos valores humanistas, da fraternidade e das virtudes teologais da fé, esperança e caridade”, alertou.
Esta situação, declarou D. Manuel Lindo, reclama “uma verdadeira evangelização dos jovens e fazer destes agentes evangelizadores dos seus colegas”.
“Os jovens, que colocam o centro de gravidade das suas vidas no futuro do tempo novo redescobrirão em Jesus Cristo o caminho, a verdade e a vida com sentido. Vida pessoal e social. Vida nova que é dom. Mas também tarefa: tarefa árdua a edificar de mãos dadas entre os jovens e a Igreja”, concluiu.
OC