Vaticano: Papa quer apoio político às famílias e à liberdade de ensino

Mensagem da Paz para 2012 deixa apelos aos media, ligando educação e comunicação

Cidade do Vaticano, 16 dez 2011 (Ecclesia) – Bento XVI pediu hoje aos responsáveis políticos de todo o mundo que “ajudem concretamente as famílias e as instituições educativas a exercerem o seu direito-dever de educar”.

“Que a ninguém seja negado o acesso à instrução e que as famílias possam escolher livremente as estruturas educativas consideradas mais idóneas para o bem dos seus filhos”, escreve o Papa na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, divulgada em sete línguas, incluindo o português.

Para Bento XVI, “não deve jamais faltar um adequado apoio à maternidade e à paternidade”, promovendo-se ainda a “reunificação das famílias que estão separadas devido à necessidade de encontrar meios de subsistência”, como acontece no caso de muitos migrantes.

A mensagem para 45.º Dia Mundial da Paz, dedicada em 2012 ao tema ‘Educar os jovens para a justiça e para a paz’, foi apresentada esta manhã, no Vaticano.

O Papa sublinha que a família é o primeiro lugar “onde amadurece uma verdadeira educação para a paz e a justiça”, lamentando que “condições de trabalho frequentemente pouco compatíveis com as responsabilidades familiares”, os “ritmos frenéticos de vida” e a emigração, entre outros fatores, acabem por “tornar difícil a possibilidade de assegurar aos filhos um dos bens mais preciosos: a presença dos pais”.

“Vivemos num mundo em que a família e até a própria vida se veem constantemente ameaçadas e, não raras vezes, destroçadas”, assinala.

Bento XVI pede o contributo dos media para esta causa da paz, sublinhando que “na sociedade atual, os meios de comunicação de massa têm uma função particular: não só informam, mas também formam o espírito dos seus destinatários e, consequentemente, podem concorrer notavelmente para a educação dos jovens”.

“É importante ter presente a ligação estreitíssima que existe entre educação e comunicação: de facto, a educação realiza-se por meio da comunicação, que influi positiva ou negativamente na formação da pessoa”, observa.

O Papa dirige-se ainda aos “responsáveis das instituições com tarefas educativas”, deixando votos de que estes “velem, com grande sentido de responsabilidade, por que seja respeitada e valorizada em todas as circunstâncias a dignidade de cada pessoa”.

“Assegurem às famílias que os seus filhos não terão um caminho formativo em contraste com a sua consciência e os seus princípios religiosos”, acrescenta.

O Papa deseja que qualquer ambiente educativo possa “ser lugar de abertura ao transcendente e aos outros; lugar de diálogo, coesão e escuta, onde o jovem se sinta valorizado nas suas capacidades e riquezas interiores e aprenda a apreciar os irmãos”.

Aos jovens, a mensagem da paz 2012 deixa um apelo para que “tenham a força de fazer um uso bom e consciente da liberdade”.

Bento XVI conclui com uma saudação aos homens e mulheres que se unem pela “causa da paz”: “Unamos as nossas forças espirituais, morais e materiais, a fim de ‘educar os jovens para a justiça e a paz’”.

OC

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Agência ECCLESIA

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