Esbanjamento «nunca é lícito» e torna-se «ainda mais desumano» em «tempos de fome e de pobreza», considera D. Virgílio do Nascimento
Coimbra, 14 dez 2011 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra sustenta que a fé, aliada ao compromisso pela melhoria da vida social e pessoal, é mais relevante do que a recriação dos costumes culturais e religiosos do Natal, alertando contra o esbanjamento.
“Mais importante do que as tradições ligadas a esta quadra, e elas são muito ricas e expressivas entre nós, os cristãos hão de privilegiar as atitudes de fé, que transformam a vida pessoal, familiar e social”, aponta D. Virgílio do Nascimento na sua mensagem de Natal, enviada hoje à Agência ECCLESIA.
O esbanjamento “nunca é lícito” e torna-se “ainda mais desumano” em “tempos de fome e de pobreza”, realça o prelado, acrescentando que a “falta de condições materiais” afeta “muitas famílias, que não podem ver um futuro sorridente e promissor para as crianças e os jovens”.
Depois de sublinhar que as necessidades de muitos exigem soluções “que passam pelas mudanças estruturais da sociedade e pelo auxílio caritativo”, o bispo de Coimbra apela ao aprofundamento do “sentido humano e cristão da fraternidade” e à mudança da “mentalidade egoísta”.
O responsável frisa que deve haver “lugar privilegiado para a caridade pessoal e material, fruto de uma maior sobriedade nas festividades natalícias”, em nome das “vítimas da ausência de razões para a esperança” e das pessoas afetadas por “dramas humanos e espirituais” que as deixam sem “forças interiores” para se “reanimarem”.
“A todos estes que, afinal, somos de algum modo, todos nós, o Natal convida a levantar a cabeça, e a contemplar o Emanuel, o Deus connosco, fonte de toda a esperança”, refere a mensagem, acrescentando que Cristo ensina “os contornos da fraternidade mais radical, de quem dá o que tem e se dá a Si mesmo em favor dos irmãos”.
O presépio construído nas casas, igrejas e lugares públicos “não é somente o resultado de uma tradição cultural ou religiosa mas, na sua singeleza, é um sinal da fé na vinda ao mundo do Salvador”, aponta D. Virgílio do Nascimento, na mensagem em que fala de um Natal de “fé”, “esperança” e “caridade”.
RJM