Vaticano fala em 200 milhões de pessoas discriminadas pela sua pertença a Igrejas e comunidades eclesiais
Vilnius, 07 dez 2011 (Ecclesia) – O responsável pela diplomacia do Vaticano propôs à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) uma jornada mundial contra a “perseguição e a discriminação dos cristãos”, revelou a Santa Sé.
D. Dominique Mamberti, secretário do Vaticano para as relações com os Estados, dirigiu-se à conferência ministerial da organização, que hoje se concluiu em Vilnius, Lituânia, pedindo que seja dado “um sinal importante de que os Governos querem enfrentar esta grave questão”.
Na intervenção, publicada pela sala de imprensa da Santa Sé, o arcebispo marroquino afirmou que “poderiam ser mais de 200 milhões os cristãos, de diferentes confissões”, que se encontram “numa situação difícil por causa de estruturas legais e culturais que os discriminam”.
“Apesar de a comunidade internacional e as constituições da maior parte dos Estados proclamarem repetidamente” o direito à liberdade religiosa, disse D. Dominique Mamberti, este “continua a ser hoje amplamente violado”.
O secretário do Vaticano para as relações com os Estados abordou ainda a questão das migrações, pedindo medidas que promovam a reunificação familiar, já que “a família desempenha um papel fundamental no processo de integração, ao dar estabilidade à presença dos migrantes no seu novo ambiente social”.
Ainda neste contexto, o responsável alertou para o tráfico de seres humanos, especialmente de mulheres e menores, ligado à exploração sexual, laboral e mesmo para a “escravidão” doméstica.
Falando num “poderoso negócio global”, o arcebispo Mamberti defendeu a necessidade de uma “convergência de esforços” para “lutar contra esta praga com maior determinação”, incluindo a certeza de “castigo” para os traficantes.
A Santa Sé é um dos membros fundadores da OSCE, com sede em Viena, Áustria, organismo que engloba 56 países da Europa e Ásia central, para além dos EUA e Canadá.
OC