Referência ao património religioso e cristão da Europa deverá ser feita no Preâmbulo do Tratado Constitucional da União Europeia Representantes da Igreja Católica e das demais comunidades cristãs europeias saudaram os progressos efectuados na elaboração da futura Constituição da União Europeia, em particular no que diz respeito ao reconhecimento do estatuto das igrejas e comunidades religiosas. A publicação do projecto revisto da primeira Parte do Tratado Constitucional foi acolhida com a publicação de um comunicado conjunto emitido esta terça-feira, 27 de Maio, pelo reverendo Rudiger Noll, director da Comissão Igreja e Sociedade da Conferência das Igrejas Europeias (KEK) e por monsenhor Noel Treanor, secretário geral da Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia (COMECE). O comunicado conjunto, após felicitar os membros da Convenção Europeia pelo «impressionante trabalho que realizaram», aplaude «as emendas que reforçam o compromisso da União por uma economia de mercado social e pela promoção da paz, da segurança, do comércio livre e justo, da protecção dos direitos do homem e do respeito dos princípios da Carta das Nações Unidas». Os representantes cristãos aprovam desta forma a última redacção do «Título VI» da Constituição sobre «A vida democrática da União», por considerar que foi visivelmente melhorada. «Aplaudimos o consenso crescente sobre o papel da religião na futura União Europeia, como reflecte o projecto emendado do artigo 51 (antigo Artigo 37)», afirma o comunicado. «A disposição de um diálogo aberto, transparente e regular reflecte a contribuição específica das Igrejas e das comunidades religiosas, que são algo distinto da autoridade secular, ao serviço de toda a sociedade», esclarecem os representantes cristãos. O esboço da Constituição europeia analisado pelo comunicado, foi apresentado nesta segunda-feira e não prevê a referência às raízes religiosas europeias. Membros do Presidium, assembleia com 105 representantes, entre eles o presidente da Convenção, Valéry Giscard d’Estaing, pediram que se faça esta menção no «Preâmbulo». O arcebispo Jean-Louis Tauran, secretário vaticano para as Relações com os Estados, considerou que o Preâmbulo poderia ser o lugar adequado para mencionar o «património religioso, especialmente cristão» da Europa, numa entrevista concedida neste domingo ao jornal italiano «Il Corriere della Sera».
