Cerca de 100 pessoas participaram em Beja na primeira sessão de preparação para formadores de agentes sociocaritativos
Beja, 05 dez 2011 (Ecclesia) – A presidente da Caritas Diocesana de Beja disse hoje que a Igreja Católica necessita de “agentes atualizados” para lidar com uma crise que atinge estratos cada vez mais elevados dentro da sociedade portuguesa.
“Precisamos de agentes que estejam atualizados nos seus conhecimentos, para darem resposta a novas formas de pobreza, como a das pessoas de classe média, que têm outro tipo de cultura e que se encontram agora em situação extremamente complicada”, sublinha Maria Teresa Chaves, em entrevista concedida à Agência ECCLESIA.
Para ajudar a resolver este e outros desafios que a conjuntura económica tem colocado ao país, a Caritas de Beja acolheu este sábado a primeira sessão de preparação para formadores de agentes sociocaritativos.
Uma iniciativa enquadrada na criação de um serviço de ação social paroquial, proposto em setembro último pela Comissão Episcopal da Pastoral Social, e que tem como objectivo estender a todas as dioceses um conjunto de respostas mais articuladas e adequadas às necessidades das pessoas.
O evento inaugural contou com cerca de uma centena de participantes e, segundo Teresa Chaves, permitiu deixar os participantes “bastante sensibilizados” quanto a esta matéria.
“A pastoral social é uma dimensão estrutural da vida da Igreja, que tem que ser reforçada e ter uma maior articulação com as outras duas dimensões, a Palavra e a Liturgia”, sustenta a presidente da Caritas alentejana.
Com a presença de candidatos a formadores vindos de todas as dioceses da região sul do país, a sessão de preparação foi dividida em duas partes, uma de caráter mais teórico e outra de cariz mais prático, onde predominou a troca de experiências.
Da parte da manhã, Eduardo Borges de Pinho, professor da Universidade Católica Portuguesa, apoiou-se na Doutrina Social da Igreja para alertar os candidatos para a importância das instâncias eclesiais contribuírem para um mundo mais humano, em colaboração com as organizações da sociedade civil.
Durante a tarde, Acácio Catarino, vogal da Comissão Nacional Justiça e Paz, abordou a organização da pastoral social nas paróquias, com base nos pressupostos lançados pelos bispos portugueses.
No próximo dia 10 de dezembro, a diocese de Aveiro vai acolher uma ação do mesmo género, desta vez destinada a potenciais formadores de agentes sociocaritativos ligados às paróquias da região norte.
De acordo com Maria Teresa Chaves, para 2012 estão previstas “mais cinco sessões de preparação, em áreas muito práticas”, que ficaram definidas a partir do programa “+ Próximo”, lançado pela Caritas Portuguesa.
“A próxima será sobre o atendimento social, como deve ser feito, o que evitar fazer, formas de atuar no terreno que os formadores poderão levar depois para as respetivas paróquias”, adianta aquela responsável.
JCP