Padre António Vaz Pinto, membro fundador da instituição, destaca «adesão» e «espírito de sacrifício» dos cidadãos e voluntários
Lisboa, 28 nov 2011 (Ecclesia) – O padre António Vaz Pinto, membro fundador do Banco Alimentar Contra a Fome, elogiou hoje a “mobilização” social em torno da campanha nacional deste ano, que permitirá apoiar mais de 329 mil pessoas carenciadas.
“A mobilização em torno desta campanha correu muitíssimo bem, o país atravessa uma profunda crise, podia temer-se o pior, que as pessoas, mais apertadas, fossem menos generosas, mas tal não aconteceu”, salientou o sacerdote, em declarações à Agência ECCLESIA.
No final da campanha, esta madrugada, o religioso jesuíta presidiu à tradicional eucaristia de ação de graças, que contou com a presença de alguns dos dirigentes e voluntários do Banco Alimentar.
Aproveitando a entrada no tempo de Advento, que prepara a celebração do Natal na Igreja Católica, o padre Vaz Pinto recordou que a quadra representa não só “a vinda de Jesus Cristo”, mas também o surgimento de um “mundo novo”.
O Banco Alimentar angariou mais de 2950 toneladas de alimentos durante a campanha realizada em 1615 superfícies comerciais do país, sábado e domingo, com resultados próximos dos obtidos em 2010 (3265 toneladas).
Para o sacerdote jesuíta, este saldo não teria sido possível sem a “adesão” das pessoas e o esforço de perto de 36 mil voluntários que foram a força motriz de uma “operação gigantesca”.
“Só com boa vontade, muita solidariedade e espírito de sacrifício é que foi possível mobilizar, pôr a trabalhar, coordenar e trazer até aos bancos alimentares as quantidades espantosas de alimentos que as pessoas, generosamente, foram dando”, sublinhou.
“Quando há solidariedade, quando há partilha, quando o pão circula entre nós, em sentido simbólico e não apenas material, então esse mundo novo chegou”, reforçou.
Presente na criação do primeiro banco alimentar, em Lisboa, há mais de 20 anos, este responsável mostra-se extremamente satisfeito com a evolução do projeto, “quer nos armazéns quer nos resultados”.
Sob a coordenação da Federação dos Bancos Alimentares Portugueses, existem atualmente 19 bancos de alimentos, espalhados pelo país, que todos os dias recebem e distribuem cerca de 100 toneladas de bens a um universo aproximado de 1,5 milhões de pessoas.
“Tenho visto um crescimento sustentado e controlado, muito benéfico, produtivo, e que mostra bem, por um lado, a capacidade de organização e o entusiasmo do voluntariado, e por outro, a generosidade daqueles que dão”, conclui o padre António Vaz Pinto.
Os Bancos Alimentares são Instituições Particulares de Solidariedade Social que “lutam contra o desperdício de produtos alimentares, encaminhando-os para distribuição gratuita às pessoas carenciadas”.
JCP