Benim: Bento XVI convoca católicos para «serviço» de reconciliação e de paz

Papa destaca papel da Igreja na «transição democrática» do país

Cotonou, Benim, 18 nov 2011 (Ecclesia) – Bento XVI convidou hoje os católicos africanos a colocarem-se ao serviço “da justiça, da reconciliação e da paz”, na sua segunda intervenção no Benim, país a que chegou esta tarde.

Numa celebração que juntou bispos, padres, religiosas e leigos na sé de Cotonou, o Papa dirigiu uma oração à Virgem Maria, lembrando as “mais nobres aspirações dos jovens africanos”, os “corações sedentos de justiça, paz e reconciliação” e “os anseios das crianças vítimas da fome e da guerra”.

Após a cerimónia de boas-vindas no aeroporto, Bento XVI seguiu para a catedral de Nossa Senhora da Misericórdia, onde se encontram sepultados os arcebispos D. Isidore de Souza (1934-1999), que se destacou na transição da ditadura marxista para a democracia, no Benim, e o seu predecessor, D. Christophe Adimou.

“Estes dois prelados foram, cada um a seu modo, Pastores cheios de zelo e caridade, que se entregaram sem reservas ao serviço do Evangelho e do Povo de Deus, especialmente dos mais desvalidos. Como bem sabeis, D. Isidore de Souza foi um amigo da verdade e teve um papel determinante na transição democrática do vosso país”, disse o Papa.

Mais à frente, Bento XVI apresentou Maria como “um modelo de perfeição, mas também uma ajuda para realizar a comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs”.

“Alcançai-nos o amor filial e fraterno; alcançai-nos ser amigos dos pobres e dos humildes; alcançai para os povos da terra o espírito de fraternidade”, pediu, na sua oração.

Bento XVI e os presentes na celebração rezaram pela “cura para os doentes, a consolação para os aflitos, o perdão para os pecadores”, “a salvação e a paz”.

Antes de chegar à catedral, para o último compromisso público do dia, o cortejo papal atravessou as duas pontes sobre o canal entre a lagoa Nokoué e o Oceano Atlântico, num percurso alongado para permitir às pessoas que saudassem Bento XVI.

Este sábado, às 09h00 locais (menos uma, em Lisboa), tem lugar um encontro com os membros do governo, os representantes das instituições da República, o corpo diplomático e os representantes das principais religiões, no palácio presidencial.

Bento XVI visita, em seguida, o presidente da República, Thomas Boni Yayi, antes de partir para Ajudá, num percurso de 40 km até outra cidade costeira, com vestígios da presença portuguesa.

Ali, o Papa visita o túmulo do cardeal Bernardin Gantin, falecido a 13 de maio de 2008, prefeito da Congregação para os Bispos na mesma época que o então cardeal Joseph Ratzinger era prefeito da Congregação para Doutrina da fé.

Na capela do seminário S. Gall, o primeiro da África ocidental, Bento XVI tem um encontro com sacerdotes, seminaristas, religiosos e leigos no pátio do Seminário, seguindo-se a visita à basílica da Imaculada Conceição de Maria de Ajudá, onde vai ter lugar a assinatura da exortação apostólica pós-sinodal.

À tarde, o Papa regressa a Cotonou para deslocar-se a uma casa das Missionárias da Caridade, congregação religiosa fundada pela beata Madre Teresa de Calcutá, o lar ‘Paz e alegria’ que acolhe crianças abandonadas, órfãs e doentes, muitas delas com SIDA.

O encontro com os bispos do Benim, na nunciatura apostólica, encerra o segundo dia da visita papal, que se prolonga até domingo.

OC

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