Diretor da Obra Católica Portuguesa das Migrações destaca reconhecimento de quem «tem feito um trabalho único» no acolhimento aos imigrantes
Lisboa, 17 nov 2011 (Ecclesia) – O Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) recebeu hoje, na Holanda, um prémio de “boas práticas na administração pública” pelo seu esforço de “envolvimento da sociedade civil no acolhimento aos imigrantes”.
De acordo com a Alta-Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, o galardão atribuído pelo Instituto Europeu da Administração Pública (EIPA) “é sobretudo, uma enorme responsabilidade” já que incentiva o ACIDI a “fortalecer diariamente” os “laços” com as instituições sociais, “em prol de um país mais plural”
Na altura de receber o prémio, em Maastricht, Rosário Farmhouse disse ainda tratar-se de um “reconhecimento do trabalho de inúmeros parceiros que, em conjunto com o ACIDI, têm ajudado na integração dos imigrantes, na inclusão social de crianças e jovens e na sensibilização para o diálogo intercultural e inter-religioso”.
A entidade promotora do evento classicou o projeto vencedor como uma “uma notável história de sucesso da vontade governativa no domínio da integração de imigrantes”.
O EIPA destacou ainda que a conjugação de esforços entre entidades públicas e associações de imigrantes permitiu criar em Portugal um “quadro legal para assegurar esta cooperação, o que constitui um ação inovadora no campo das políticas de migração”.
Para o diretor da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM), a atribuição do prémio é uma “questão de justiça”, já que o “Alto Comissariado tem feito um trabalho único, que está a servir de modelo a nível mundial”, destacando sobretudo uma política de “proximidade” que vai “ao encontro dos reais problemas das pessoas”.
“Isto deve-se também à nossa história de emigração, com milhões e milhões de portugueses espalhados pelo globo, em que nós exigimos que os outros países acolham bem os nossos”, aponta o frei Francisco Sales, em declarações à Agência ECCLESIA.
Um dos critérios decisivos para a escolha do projeto do ACIDI foi a sua “sustentabilidade” que, segundo o EIPA, está “garantida pela Lei, ante o forte compromisso do Estado português e das associações de imigrantes”.
“Neste tempo de crise, há quem aponte o dedo a dizer que o Estado gasta milhões nestas políticas mas isto é um investimento com retorno”, defende o diretor da OCPM, recordando que “em muitos setores, particularmente da Segurança Social, os imigrantes são um dos grandes suportes” para o país.
O ACIDI, entidade pública dependente da Presidência do Conselho de Ministros, tem como missão “colaborar na conceção, execução e avaliação das políticas públicas, transversais e setoriais, relevantes para a integração dos imigrantes e das minorias étnicas, bem como promover o diálogo entre as diversas culturas, etnias e religiões”.
JCP