José António Rafael, motorista dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras, fala de uma missão sem hora nem local mas que dá «sentido à vida»
Lisboa, 17 nov 2011 (Ecclesia) – Há 28 anos que a vida de José António Rafael é definida pela disponibilidade para o próximo, ao toque da sirene, na corporação dos Bombeiros Voluntários de Torres Vedras, da diocese de Lisboa.
“Há quinze dias, estava a distribuir a comunhão e quando acabei, a sirene arranca. Naquele momento, larguei tudo, arranquei pela Igreja fora e fui para o fogo, porque estavam lá à minha espera”, recorda o motorista dos soldados da paz, em entrevista ao Programa da Igreja Católica desta quarta-feira, na Antena 1.
Durante 365 dias por ano, este torreense entrega-se a um tipo de voluntariado que não tem hora nem local, mas que – assegura – dá “sentido à vida”.
“Há dias melhores, há dias piores, mas é muito gratificante saber que estamos a ajudar o próximo e sentir que as pessoas se sentem satisfeitas com a nossa ajuda”, realça.
A sua vocação manifestou-se ainda muito jovem, quando andava nas aulas de música para entrar na banda de música dos bombeiros.
[[a,d,2683,emissão (16-11-2011)]]
Tal como hoje, as sirenes dos carros chamaram-no mais alto do que os instrumentos musicais ou qualquer outro tipo de ocupação pessoal.
Nesta luta constante entre a vida e a morte, sempre de mãos ao volante e com mil olhos para o perigo, José António Rafael já assistiu a muitas situações difíceis mas também teve a oportunidade de participar em autênticos milagres.
“Fiz um parto a um miúdo há 13 anos e o ano passado estava na parte dos fogos florestais e chegou-me lá uma senhora. Então, o miúdo quis saber quem lhe fez o parto, queria conhecer-me”, explica, considerando que são este tipo de episódios que o fazem “andar aqui, alegre e bem disposto”.
Nos últimos dois anos, com a ajuda da mulher e da filha, o voluntário conseguiu conciliar o seu trabalho com um projeto dedicado a crianças com deficiência.
“Este ano tivemos um menino que foi passar uma semana connosco a Torres Vedras. Levei-o para os bombeiros, é um miúdo com trissomia 21 mas com uma inteligência fora de série”, conta José António Rafael.
No seguimento da festa de São Martinho, santo associado à solidariedade, o Programa da Igreja Católica na Antena 1 apresenta esta semana alguns projetos e histórias de pessoas que disponibilizam o seu tempo para ajudar os outros.
PRE/JCP