Comissão Justiça e Paz de Setúbal desafia comunidades a combaterem «sofrimento humano que estes tempos estão a gerar»
Setúbal, 08 nov 2011 (Ecclesia) – A Comissão Justiça e Paz da Diocese de Setúbal (CJPS) diz que os cristãos devem levantar a voz, em tempo de crise, para assegurar a dignidade dos mais desfavorecidos e uma repartição mais equitativa dos sacrifícios.
“Dizer não, em voz alta, mesmo de forma ruidosa, é um direito que assiste a todos os que se sentem ofendidos na sua dignidade e àqueles a quem são retiradas possibilidades de vida digna”, sublinha aquela organização católica, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Numa altura em que faltam três semanas para a votação final global do Orçamento de Estado para 2012, onde está incluído um novo pacote de medidas de austeridade, a CJPS “exorta os cristãos, mas também todos os cidadãos”, para “que não se deixem adormecer”.
“Sejam positivos e contribuam com tudo o que tiverem ao seu alcance para minorar ou eliminar o sofrimento humano que estes tempos estão a gerar, não com ‘caridadezinhas’ mas com denúncias e proposta de mudanças de vida que sejam gérmen de mudança de sistema”, acrescenta aquele organismo.
Para a Comissão setubalense, “quem pode mais deve contribuir mais”, enquanto que “quem não pode, deve estar liberto de obrigações e ser ajudado”.
O documento pede que as pessoas deixem de ser “tratadas como números” e “objeto de esforços” impostos pelos mercados financeiros, em “conluio” com os “poderes políticos”.
Neste pressuposto, as comunidades cristãs são desafiadas a “reagir”, também por “imperativo da Fé”, a um “sistema que está dando provas de ser gerador de desigualdades, de ser um “rolo compressor” das classes médias e fazendo aumentar a pobreza”.
“A vida do cristão não se circunscreve aos atos do culto, à participação em cerimónias religiosas ou em orações, mas tem de envolver-se, trabalhar com os irmãos e lutar pela justiça em todos os palcos da vida”, conclui a CJPS.
JCP