Bento XVI deixou apelos por um desenvolvimento «integral» antes da cimeira de Cannes
Cidade do Vaticano, 03 nov 2011 (Ecclesia) – O Papa e os responsáveis do Vaticano esperam que a cimeira do G20, que hoje se inicia em Cannes, França, encontre respostas para a crise financeira global e empenhe os países mais desenvolvidos na luta contra a pobreza.
Esta quarta-feira, Bento XVI lançou hoje um apelo aos líderes do grupo de 19 grandes economias mais a União Europeia, que em conjunto representam 80 por cento do PIB mundial, apelando à promoção de um desenvolvimento “integral”.
“Desejo que o encontro ajude a superar as dificuldades que, a nível mundial, criam obstáculos à promoção de um desenvolvimento autenticamente humano e integral”, disse, no final da audiência pública semanal, que decorreu no Vaticano.
Na mensagem aos chefes de Estado e de Governo que se vão reunir entre até sexta-feira na cidade francesa, o Papa disse que estes responsáveis devem “examinar as principais problemáticas ligadas à economia global”.
No dia 24 de outubro, o Vaticano publicou uma nota oficial sobre a necessidade de “reforma do sistema financeiro internacional”, defendendo a criação de uma “autoridade pública” com competência universal, uma espécie de “Banco central mundial”.
[[v,d,2644,]]No documento, da autoria do Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP), apela-se à criação de “algumas formas de controlo monetário global”, considerando que o Fundo Monetário Internacional (FMI) perdeu “a sua capacidade de garantir a estabilidade das finanças mundiais”.
Entre as possíveis medidas a tomar apresentam-se “medidas de taxação das transações financeiras” destinadas também a “contribuir para a constituições de uma reserva mundial, destinada a apoiar as economias dos países atingidos pela crise, bem como para o resaneamento do seu sistema financeiro e monetário”.
Ainda a respeito da cimeira do G20, a CIDSE, rede internacional de agências católicas de desenvolvimento, pediu a criação de um “imposto global sobre as transações financeiras” para promover a luta contra a pobreza e as mudanças climáticas.
“Os líderes europeus devem continuar a promover o imposto no G20 e esperamos que os líderes que até agora se recusaram a perceber o seu potencial e urgência também o apoiem”, afirma o presidente da CIDSE, Chris Bain, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
A CIDSE pede ainda que seja dada atenção à evasão fiscal, nomeadamente através do fim dos paraísos fiscais, e à “volatilidade dos preços dos alimentos”.
O grupo dos G20 é constituído pela África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, União Europeia e Turquia.
OC