Homilia do Domingo de Ramos reconhece que «este ano celebramos a Páscoa num ambiente de insegurança e de incerteza, provocado pelo terrorismo» O Cardeal-Patriarca de Lisboa condenou ontem, de forma clara, o terrorismo e disse que a violência não é uma resposta a este fenómeno. “A violência nunca pode ser vingança e o direito da defesa tem de ser exprimido no âmbito da justiça. Se falarmos como discípulos, podemos ajudar muitos dos nossos irmãos a não alimentarem esses sentimentos de violência e vingança”, referiu D. José Policarpo na homilia do Domingo de Ramos. O líder da Igreja Católica em Lisboa lembrou que, há um ano, a Páscoa foi celebrada “em plena invasão do Iraque, decisão que dividiu a comunidade internacional, gerou receios, trouxe sofrimento e violência”. “Este ano celebramos a Páscoa num ambiente de insegurança e de incerteza, provocado pelo terrorismo”, afirmou, enumerando as situações do Iraque, Palestina e Madrid como exemplos de “uma violência cruel e irracional”. “A violência choca, a ilógica da estratégia confunde; a própria incapacidade de compreensão do fenómeno, gera medo e insegurança”, acrescentou. O Patriarca pediu aos católicos que resistam à “enorme tentação de responder à violência com a violência, que se tornaria justificável pelo direito que as pessoas e os povos têm de se defenderem”. Para os que estão “dilacerados pela violência”, a resposta deve ser a de viver atitudes como a “serenidade no sofrimento”, a luta pela justiça e a aprendizagem do perdão. Apesar de considerar que a vigilância e a prevenção de novos actos de violência são medidas “justas e necessárias”, D. José Policarpo vincou que a solução final para “os sofrimentos presentes da comunidade humana” tem de passar por “políticas lúcidas e corajosas, que sanem as injustiças e contribuam para a fraternidade entre os Povos”. Notícias relacionadas • Homilia do Cardeal-Patriarca de Lisboa no Domingo de Ramos
