Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia diz que clima de atribuição de culpas «não levará a lado nenhum»
Bruxelas, 28 out 2011 (Ecclesia) – Os bispos europeus reclamaram hoje maior “corresponsabilidade” social na procura de soluções para a crise financeira, no final de uma reunião em Bruxelas, Bélgica, onde também foi analisada o “futuro da integração europeia”.
De acordo com um comunicado da comissão das Conferências Episcopais da União Europeia (COMECE), enviado à Agência ECCLESIA, do encontro sobressaiu ainda a necessidade de “uma visão política a longo prazo”, no sentido de ultrapassar a atual conjuntura.
Entre esta quarta e sexta-feira, os 23 prelados tiveram a oportunidade de ouvir diversos especialistas sobre esta matéria.
Peter Wagner, representante da União Europeia, falou sobre a missão do grupo de trabalho recentemente criado para a Grécia, um dos países em maiores dificuldades na chamada Zona Euro.
A partir de uma análise feita por diversos especialistas económicos, como Jean-Pierre Jouyet, presidente da Autoridade Francesa dos Mercados Financeiros (FFMA), foi possível verificar que a crise está ligada a “políticas eleitoralistas e de curto prazo que foram consecutivamente implementadas nas últimas décadas”.
Para a COMECE, ainda que “essas escolhas se tenham refletido frequentemente num consumismo desenfreado, a atribuição de culpas não levará a lado nenhum”.
“Os cidadãos europeus têm de se manter unidos e exercer da sua solidariedade para ultrapassar a crise, que pode ser uma oportunidade de renovação”, salientam os prelados.
Quanto ao contributo que a Igreja pode dar, no sentido de aplicar estas ideias, os bispos mostram-se convencidos de que ela será sobretudo “uma força de coesão e de esperança”, no meio de uma sociedade “ameaçada pelo populismo e a divisão”.
JCP