Igreja/Cultura: Biblista português distinguido com prémio Pedro Hispano

Frei Francolino José Gonçalves é apresentado como «caso raro e incontornável»

Lisboa, 19 out 2011 (Ecclesia) – O biblista português frei Francolino José Gonçalves, de 68 anos, foi distinguido por unanimidade com o prémio da Academia Pedro Hispano, anunciou hoje em Lisboa frei Bento Domingues, um dos seu membros.

Para o júri do prémio, frei Francolino Gonçalves é “um caso raro e incontornável” da cultura portuguesa nos séculos XX/XXI.

As investigações deste especialista “levaram-no a levantar novas hipóteses e perspetivas que alteram profundamente a compreensão das religiões da Bíblia”, disse frei Bento Domingues que adiantou estar, para breve, “a publicação, em português, de algumas das suas investigações fundamentais”.

O premiado nasceu em Corujas, Macedo de Cavaleiros, em março de 1943, tendo sido ordenado em novembro de 1968, na cidade canadiana de Montreal.

O percurso académico, no estudo das Escrituras, do catedrático passou pela Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém (onde foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian), pelo Instituto Orientalista de Lovaina (Bélgica) e pela Universidade Dominicana de Filosofia e Teologia de Ottawa (Canadá).

Frei Francolino Gonçalves é doutor em filologia e história orientais pela Universidade Católica de Lovaina e em Letras (História da Antiguidade) pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

O religioso dominicano leciona na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém desde 1975 e é professor convidado em várias Universidades de Teologia.

Os seus principais centros de interesse são a dimensão política do profetismo no Próximo Oriente Antigo e a história da formação dos livros proféticos da Bíblia, em especial Isaías e Jeremias.

O primeiro vencedor do prémio Academia Pedro Hispano foi José Vitorino de Pina Martins, em 2008; no ano seguinte venceram ex-aequo Daniel Serrão e João Lobo Antunes, tendo no ano passado sido atribuído a Adriano Moreira.

A Academia Pedro Hispano (nome pelo qual era conhecido o único Papa português, João XXI, também um famoso médico, professor e matemático do século XIII) é constituída pelo teólogo Bento Domingues, pelos catedráticos da Faculdade de Letras de Lisboa Aires do Nascimento e José Barata Moura, pelo editor José Antunes Ribeiro, pelo músico Vitorino, pelo catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa Henrique Bicha Castelo e pelo escritor António Lobo Antunes.

Constituem ainda a Academia José Manuel Franco, assistente graduado do Hospital Santa Maria, e José Francisco Feição, diretor de vendas.

Lusa/OC

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