Instituição tutelada pelos Missionário da Consolata celebra 20 anos de existência e quer reforçar ligação com a sociedade
Fátima, Santarém, 14 Out 2011 (Ecclesia) – O Museu de Arte Sacra e Etnologia (MASE), ligado aos Missionários da Consolata em Fátima, assinalou esta quinta-feira 20 anos de existência com a apresentação de um roteiro especializado com todo o espólio da instituição.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o diretor do MASE explicou que esta obra “é um primeiro passo” para permitir a visitantes e especialistas “conhecerem e valorizarem mais” as peças em exposição.
“As nossas coleções por si só não dizem nada, há muita informação, muitos estudos que são necessários fazer e que foram feitos por grandes especialistas nesta área, a nível nacional, e queremos partilhar essa investigação”, acrescentou Gonçalo Cardoso.
O roteiro contou com a coordenação científica do historiador Marco Daniel Duarte, diretor do Museu do Santuário de Fátima e que recentemente foi distinguido com o prémio ‘Prof. Doutor Joaquim Veríssimo Serrão’, atribuído pela Academia Portuguesa da História.
Ao longo de 118 páginas, este projeto ajuda os visitantes a percorrerem todos os espaços do MASE, dedicados à vida de Jesus (Nascimento, Paixão e Ressurreição), à Missionação e Etnologia (evangelização e sinais do cristianismo nas diversas culturas) e ao Mistério de Fátima.
Destaque também para pequenas chamadas de atenção que vão surgindo ao longo do livro, que apontam para pormenores mais específicos de cada coleção, ao nível dos objetos, das vestes, dos materiais utilizados, do simbolismo próprio das peças.
“Reconhecemos que, ao longo destes 20 anos, temos tido uma política de edições reduzida, porque somos uma instituição sem fins lucrativos e há outras prioridades, mas temos esperança de conseguir fazer mais e melhor”, confidenciou o diretor do MASE.
Para que tal aconteça, faltam sobretudo apoios financeiros, que a instituição tem procurado obter através de parcerias com outras entidades ligadas à museologia – como a Rede Portuguesa de Museus ou o Instituto dos Museus e da Conservação – e à sociedade civil em geral.
Um trabalho de “aproximação à comunidade” que, a partir de agora, contará com a ajuda da Liga de Amigos do MASE, uma associação sem fins lucrativos que será liderada pela professora Lucília Neves.
Gonçalo Cardoso sublinhou que “as Ligas de Amigos auxiliam muito as tarefas museológicas, ao nível da angariação de apoios, de mecenato, de participação em atividades, colmatando algumas áreas em que os museus não podem corresponder, por falta de recursos”.
A aposta no turismo e num método mais interativo de exposição, a partir das tecnologias multimédia, também fazem parte dos planos futuros deste núcleo museológico, que recebe cerca de 20 mil visitantes por ano.
“As pessoas já não se contentam apenas em comprar um bilhete e ver uma exposição, procuram ter experiências e temos de caminhar nesse sentido”, sublinhou o diretor.
Neste mês de outubro, estão previstas diversas iniciativas para comemorar o vigésimo aniversário do MASE: tertúlias, visitas guiadas aos bastidores do museu, testemunhos missionários, colóquios, oficinas pedagógicas e a inauguração da exposição temporária de fotografia de arte sacra «A FÉ (tos)» de Pedro e Carlos Inácio, no dia 24 de outubro.
JCP