Fátima: Bispo critica «turbo-capitalismo»

D. António Marto apela a um clima de solidariedade e ao diálogo entre o Governo e restantes parceiros sociais

Fátima, Santarém, 12 out 2011 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima apelou hoje a uma mudança de vida, “a nível pessoal, familiar e institucional”, no sentido de responder a uma crise económica e social alavancada pela “globalização”.

Em declarações aos jornalistas, no início da Peregrinação Internacional Aniversária de 12 e 13 de Outubro, no Santuário de Fátima, D. António Marto criticou o “turbo-capitalismo financeiro, que muda tudo do dia para a noite e não dá possibilidade ao Governo de actualizar medidas contra a crise”.

Numa altura em que Portugal ainda está a “interiorizar” a instabilidade económica, “em todas as suas dimensões”, o prelado considera “natural” que possa haver alguma contestação social no país, “sobretudo da parte daqueles que estão mais envolvidos” pelas dificuldades.

No entanto, pode abrir também as portas a um clima de maior “solidariedade”, já que “estamos todos no mesmo barco, com medo de ir ao fundo”, recordou.

Para o bispo de Leiria-Fátima, o poder político, juntamente com parceiros sociais, sindicatos e movimentos civis devem privilegiar o “diálogo”, se quiserem contornar os obstáculos.

Só assim será possível “reconstruir a confiança nas instituições, que foi muito abalada”, concluiu.

D. António Marto está, juntamente com o arcebispo de Moscovo, D. Paolo Pezzi, a celebrar a Peregrinação Internacional Aniversária de 12 e 13 de outubro, no santuário de Fátima, iniciativa que assinala a última das aparições marianas na Cova da Iria, juntando milhares de pessoas.

«Senhor, eis-me aqui» é o tema da peregrinação que já foi definida por aqueles responsáveis como um “convite à conversão”.

D. Pezzi, que se encontra na Cova da Iria com uma delegação de cerca de 40 peregrinos provenientes da capital russa e de São Petersburgo, fez votos de que esta peregrinação sirva de base a uma maior “disponibilidade a Maria”.

Segundo as ‘Memórias da Irmã Lúcia’, na aparição de 13 de julho de 1917, a Virem Maria pediu “a consagração da Rússia a Meu Imaculado Coração e a Comunhão reparadora nos primeiros sábados”.

“Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja. Os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas. Por fim, o Meu Imaculado Coração Triunfará”, registava a vidente, falecida em 2005.

“A devoção a Nossa Senhora de Fátima está viva no interior da comunidade católica. Para os russos é mais familiar a devoção a Nossa Senhora através dos ícones que caracterizaram a história do nosso país e que mostram a proximidade de Nossa Senhora à vida do povo, às dificuldades que se vivem”, destacou o arcebispo italiano actualmente em missão pastoral na capital russa.

De acordo com o testemunho – reconhecido pela Igreja Católica – das crianças Francisco e Jacinta Marto (beatificadas em 2000) e Lúcia dos Santos, conhecidas como Pastorinhos de Fátima, ocorreram seis aparições da Virgem Maria na Cova da Iria e imediações, uma a cada mês, entre maio e outubro de 1917.

Durante a última manifestação, milhares de pessoas afirmaram ter assistido ao “milagre do sol”, previamente anunciado em anteriores aparições, que consistiu, entre outros fenómenos, na rápida deslocação da estrela pelo firmamento.

JCP

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Agência ECCLESIA

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