Professor e sacerdote madeirenses admitem momentos difíceis para a nova legislatura
Lisboa, 11 out 2011 (Ecclesia) – A situação política na Madeira criada pelos resultados das eleições regionais de domingo, representa “um momento de mudança significativa da tendência de governação”, considera o madeirense Renato Gonçalves, professor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Em texto hoje publicado no semanário Agência ECCLESIA, o docente afirma que “os madeirenses, como de resto os portugueses em geral, não devem evitar uma avaliação fundamentada das governações do passado”.
“Só conhecendo o maior ou menor acerto das decisões tomadas será possível persistir justificadamente num determinado rumo ou então alterar ou corrigir o que se revelar necessário”, assinala.
O PSD-Madeira, liderado por Alberto João Jardim, obteve domingo a décima maioria absoluta consecutiva numas eleições legislativas na Região Autónoma, mas registou o pior resultado de sempre neste tipo de sufrágios, elegendo 25 deputados.
Para Renato Gonçalves, “apesar de muito grave, do ponto de vista financeiro, a situação da Madeira não é a principal causadora (longe disso) da situação de emergência que também atinge Portugal, em resultado de políticas de despesa dificilmente sustentáveis”.
“Ora, estando todos «no mesmo barco», a atravessar a «enorme tempestade» das dívidas soberanas, há que enfrentar as dificuldades em conjunto, responsavelmente, orientados pelo princípio da solidariedade”, prossegue.
Numa reação aos resultados, o padre José Luís Rodrigues, conhecido pelas suas críticas ao regime de Jardim, pede “sabedoria e discernimento dos responsáveis para levarem adiante as medidas de forma equitativa, para que ninguém fique de fora dos sacrifícios”.
“Se o descalabro a que fomos conduzidos revelou graves injustiças, embora maquilhadas de que estão à vista de todos os resultados e a todos beneficiam, na realidade, parece que prejudicam mais e na hora de pagar todos são chamados a tal”, assinala o sacerdote, pároco no Funchal, no seu blogue «Banquete da palavra».
OC