Funchal: Diocese demarca-se de protestos

Comunicado apela à «serenidade» na campanha eleitoral que decorre na Região Autónoma e coloca de lado apresentação de queixa-crime pela ocupação do Jornal da Madeira

Funchal, Madeira, 28 set 2011 (Ecclesia) – A diocese do Funchal emitiu hoje um “esclarecimento” em que se demarca dos protestos levados a cabo contra o «Jornal da Madeira» (JM) na capital da região, por partidos da oposição.

“A diocese lamenta a envolvência nesta questão e deseja que as ações políticas decorram com serenidade e no esclarecimento público das populações”, assinala o documento, enviado à Agência ECCLESIA pelo gabinete de informação diocesano.

Sete candidatos do Partido da Nova Democracia (PND) estiveram barricados durante quase dez horas no edifício-sede do JM, no Funchal, tendo mesmo comunicado que só sairiam se a diocese apresentasse queixa às autoridades policiais, recusando qualquer intervenção levada a cabo pela administração do jornal.

“Não abandonaremos esta posição de resistência enquanto quem manda neste jornal (JM) e o utiliza em seu proveito (o Governo Regional e a Diocese) não abrir negociações connosco”, indicava um comunicado do PND, em que se apresentavam as razões desta ação, concluída sem que tivessem conseguido estes intentos.

A diocese do Funchal entendeu não ter “fundamentos para apresentar queixa-crime” contra os barricados, mas assinala que os assuntos relativos à cobertura da campanha eleitoral “devem ser colocados às entidades próprias, no caso, ao diretor do Jornal da Madeira e à Comissão Nacional de Eleições”.

O documento revela que a diocese “teve, também, conhecimento de que os mesmos manifestantes, representando um partido político candidato às próximas eleições regionais, pretendem falar com ela sobre o Jornal da Madeira e a campanha eleitoral em curso”.

“Para além de não ser a interlocutora apropriada, a diocese tem por norma não receber representantes partidários, em períodos eleitorais”, pode ler-se.

Além do PND, também estiveram junto das instalações do JM o cabeça de lista do Partido Trabalhista Português, o candidato do Partido pelos Animais pela Natureza, um grupo de dirigentes e militantes do Bloco de Esquerda e o candidato do Partido Socialista na Madeira para as regionais de 9 de outubro.

Os trabalhadores da Empresa Jornal da Madeira enviaram às redações um comunicado, no qual repudiam o ato levado a cabo pelo PND, afirmando que “respeitam o estatuto editorial da empresa e, como tal, têm de ser respeitados”.

OC


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