Setúbal: Segurança Social «abre porta» ao realojamento de famílias dos bairros clandestinos

Segundo o pároco de Nossa Senhora da Conceição, o organismo tem «casas devolutas» e «quem quiser deve assumir a sua recuperação»

Setúbal, 21 set 2011 (Ecclesia) – As famílias dos bairros clandestinos da “Quinta da Parvoíce” e da antiga “Mecânica Setubalense”, na diocese de Setúbal, vão ter a hipótese de se mudarem para “casas que estão devolutas”, sob a responsabilidade da Segurança Social.

De acordo com o padre Constantino Alves, que acompanha a paróquia a que pertencem estas pessoas – Nossa Senhora da Conceição – a solução partiu de uma reunião realizada hoje, envolvendo moradores, representantes políticos, sociais e religiosos da região.

“O Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social referiu que tem várias casas que estão devolutas e que precisam de ser reabilitadas. Quem quiser ser realojado tem de assumir a sua recuperação” explicou o sacerdote, em declarações à Agência ECCLESIA.

Para aquele responsável, trata-se de “uma porta que se abre” para cerca de 60 famílias (mais de 200 pessoas) que “vivem há anos na ilegalidade, devido à falta de alternativas”.

No dia 14 de setembro, a situação chegou ao limite, depois da EDP ter levado a cabo uma operação no terreno, juntamente com as forças de segurança, para cortar o abastecimento elétrico daqueles bairros, já que se tinham feito “baixadas ilegais”.

Presente na reunião desta quarta-feira, a empresa mostrou-se “mais aberta e compreensiva” para com o problema, apontou o padre Constantino Alves.

“Como não há neste momento a hipótese de realizar um contrato com os moradores, devido a questões jurídico-legais, a EDP permitiu o restabelecimento provisório da energia”, adiantou.

O recurso a casas devolutas da Segurança Social pode ser uma das únicas hipóteses que os moradores dos bairros clandestinos de Setúbal terão, nos tempos mais próximos, para se estabelecerem em habitações legais, assinala o sacerdote.

A Câmara Municipal de Setúbal tem neste momento cerca de 1500 famílias em lista de espera, para habitação social, e para além disso “seria necessária a revisão do Plano Diretor Municipal, em ligação com o Instituto de Reabilitação Urbana, que levaria vários anos”, acrescentou o pároco de Nossa Senhora da Conceição.

JCP  

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