D. Carlos Azevedo lembra consequências da situação económica para as famílias
Lisboa, 22 jul 2011 (Ecclesia) – Os atos de má gestão dos bens da nação deviam “ter outro tipo de punição para além do voto”, defende o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social.
Os governantes “não devem considerar-se proprietários”, mas “administradores zelosos para o bem comum da população”, frisou à Agência ECCLESIA D. Carlos Azevedo.
Como, “o único julgamento, muitas vezes, é os votos”, o prelado considera necessária a existência de outro tipo de punição aos responsáveis pela má gestão governamental, “para além do Tribunal de Contas – que denuncia situações de incumprimento da lei”.
Com o país a atravessar um momento delicado, D. Carlos Azevedo apela a uma união de esforços para que se encontre “uma solução de conjunto e que englobe todas as pessoas”.
Este responsável considera que renegociar as dívidas e encontrar uma solução para as casas devolvidas aos bancos por falta de pagamento é uma diretiva urgente, visto que “a questão da habitação é um problema gravíssimo das famílias”.
Perante este cenário, o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral aconselha a leitura e o seguimento das propostas da encíclica ‘Caritas in Veritate’, do atual Papa, porque “acabou o tempo das capelinhas solidárias”
Para D. Carlos Azevedo, o documento de Bento XVI contém “princípios basilares, indicações e uma leitura que é feita da realidade económica, social e ambiental que não pode ser esquecida”.
A viver ainda de “modelos de desenvolvimento antigos e não de futuro”, a sociedade deve tomar consciência que “está a ruir um sistema e encontrar uma resposta estruturante”.
Com o intuito de ajudar as comunidades cristãs nos problemas sociais, a Comissão Episcopal pensa divulgar um documento de “orientações pastorais”, no próximo mês de setembro, durante o encontro de pastoral social, a realizar em Fátima.
Uma forma de divulgar a Doutrina Social da Igreja, visto que esta “não passa na pregação e orientação espiritual de muitos padres”, afirmou.
Em relação ao papel das agências de notação financeira, o presidente da referida comissão episcopal sublinha que estas “já demonstraram há muito tempo que são defensoras de interesses” e “estão ao serviço de blocos”, concluiu.
LFS