Porta-voz do Vaticano pede «objetividade» para defender os interesses das vítimas e promete resposta da Santa Sé
Cidade do Vaticano, 22 jul 2011 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, pediu “objetividade” nas investigações sobre casos de abusos sexuais sobre menores, por parte do clero, que estão a ser levadas a cabo na Irlanda.
“Esperamos que o debate em curso sobre temas tão dramáticos se desenvolva com a necessária objetividade, de modo a contribuir para a causa que deve estar no coração de todos, isto é, a salvaguarda das crianças e jovens”, indicou, em declarações hoje publicados pelo portal de notícias do Vaticano.
Na última quarta-feira, o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, acusou a Santa Sé de ter encorajado bispos a não denunciar os abusos cometidos pelo clero às autoridades civis.
Um relatório elaborado por uma comissão de investigação da diocese de Cloyne foi divulgado na última semana e concluiu que as autoridades católicas de Cork, segunda maior cidade irlandesa, falharam ao não denunciar à polícia as queixas relativas a abusos sexuais que envolviam 19 padres, entre 1996 e 2009.
Tal como fizera esta terça-feira, o porta-voz do Vaticano adiantou que a Santa Sé vai “responder oportunamente às questões colocadas pelo Governo irlandês a propósito do relatório sobre a diocese de Cloyne”.
O padre Lombardi apela à “renovação de um clima de confiança e colaboração, na Igreja e na sociedade”.
Também o arcebispo de Dublin, D. Diarmuid Martin, se pronunciou sobre o tema, em entrevista à rádio nacional da Irlanda, RTÉ, recusando falta de colaboração com as autoridades do país.
Para este responsável, a diocese de Cloyne “ignorou” as normas de 2001, estabelecidas pelo cardeal Joseh Ratzinger, frisando que a arquidiocese de Dublin entregou mais de 70 mil documentos para a elaboração do chamado ‘relatório Murphy’, denunciando todos os casos de abusos à polícia.
“Nunca fui chamado à atenção pelo Vaticano por causa disso”, assinala.
O prelado deixou votos de que todos os envolvidos nestas investigações trabalhem juntos “para garantir que as crianças sejam protegidas”.
OC