Sociedade: Mutualidades e cooperativas semeiam solidariedade e desenvolvimento em tempo de crise

Princípios «responsáveis e igualitários» orientam proteção social, promovem cultura e estimulam economia

Lisboa, 28 jun 2011 (Ecclesia) – Mutualidades e cooperativas constituem modelos de organização económica e social que têm fomentado a solidariedade e o desenvolvimento em Portugal, agregando milhões de pessoas, sublinham responsáveis destas instituições em texto publicado hoje no semanário ECCLESIA.

“As Associações Mutualistas nasceram essencialmente com fins de Previdência”, respondendo às “carências financeiras determinadas por acidente, invalidez, doença e morte”, ao mesmo tempo que prestavam “assistência médica ou medicamentosa”, explica o vice-presidente da União das Mutualidades Portuguesas.

As mutualidades, acrescenta Pedro Bleck da Silva, estenderam mais tarde a sua ação “aos chamados fins de proteção social e de promoção da qualidade de vida, organizando e gerindo equipamentos e serviços” ou “prosseguindo atividades que promovam o desenvolvimento moral, intelectual e físico dos seus associados”.

O setor cooperativo, por seu lado, assenta “na satisfação das necessidades económicas, sociais e culturais” dos filiados, e a sua atividade “baseia-se em princípios solidários, responsáveis e igualitários”, assinala Varico Pereira, diretor técnico da Turel, Cooperativa de Desenvolvimento e Promoção do Turismo Cultural e Religioso.

O responsável realça que estas organizações, “inicialmente associadas à agricultura”, constituem atualmente “uma realidade em várias áreas”, apresentando-se como “um instrumento de reconhecido valor para o desenvolvimento económico, social e cultural”.

Referindo-se às mutualidades, Pedro Bleck realça que “hoje há mais de 1 milhão de Portugueses que têm parte dos seus riscos cobertos”, e por isso “estão menos expostos à crise”, mas “o ideal” é que todos os cidadãos tenham a mesma oportunidade.

“O primeiro grande contributo” que aquelas instituições podem dar é “incentivarem o desenvolvimento do seu próprio modelo”, disponibilizando “os seus recursos (não especialmente afetos a responsabilidades) e a sua capacidade instalada, para ajudar a cobrir verdadeiras necessidades básicas: alimentação, saúde”, defende Pedro Bleck.

Varico Pereira recorda que a Turel foi constituída em 2003 para dar “tratamento especializado e de qualidade aos visitantes dos Santuários”, objetivo que norteia o projeto ‘Douro Religioso: Visitar, Conhecer e Reconhecer’, que a cooperativa promove em parceria com entidades eclesiásticas e públicas ligadas ao turismo, economia e cultura.

A iniciativa, que decorre entre novembro de 2009 e o mesmo mês de 2011, pretende conjugar o “conhecimento com a qualificação da visita turística e notoriedade” do património de 24 concelhos das dioceses do Porto, Lamego, Vila Real e Bragança-Miranda.

As 21 pessoas singulares e 36 coletivas que constituem os 58 cooperadores da Turel agrupam entidades de natureza diversa: quatro dioceses, cinco irmandades, seis confrarias, 17 autarquias, duas fundações, uma associação empresarial e duas sociedades comerciais.

Já o mutualismo representa em Portugal mais de 1 milhão de associados e cerca de 2 milhões de beneficiários, integrados em 101 instituições que empregam um número superior a 1500 pessoas, destaca Pedro Bleck.

RM

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