D. Manuel Clemente aponta desinteresse pelas causas comuns na sociedade contemporânea
Porto, 24 jun 2011 (Ecclesia) – O bispo do Porto alertou esta quinta-feira para as consequências da “ilusão da autossuficiência individual, acumulativa e fruidora, com pouca atenção aos demais”.
“O desafio particular e geral que a atualidade nos faz é o de um verdadeiro desenvolvimento, que já tarda, quando não recua”, disse D. Manuel Clemente, na homilia da celebração do Corpo de Deus, que decorreu na catedral portuense.
O prelado apontou fatores como o “individualismo, dispersão, desinteresse pelas causas comum” que coexistiram com o “crescimento material de alguns” e agravaram “fossos entre todos”.
“Em termos morais, tornámo-nos menos solidários, apesar de grandes exemplos de caridade e filantropia, que também houve e há”, assinalou.
Para D. Manuel Clemente, “na própria prática religiosa, atenuou-se o sentido de pertença e cadência certas e coletivas que eram regra, décadas atrás”.
Em tempo de muitas “primeiras comunhões”, o bispo do Porto apelou a uma “pedagogia da comunhão”, que passa por estimular “a prática da caridade”.
A intervenção do prelado nesta festa litúrgica está disponível no site oficial da diocese.
A solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como “Corpo de Deus”, começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, na atual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula “Transiturus”, em 1264.
OC