Alimentação: Agências católicas denunciam oscilações nos preços dos alimentos

CIDSE enviou carta aberta aos ministros de agricultura do G20 que se reúnem hoje e quinta-feira em Paris

Lisboa, 22 jun 2011 (Ecclesia) – A CIDSE, aliança internacional de agências de desenvolvimento católicas, enviou uma carta aberta aos ministros da agricultura do G20 que se reúnem hoje e quinta-feira em Paris, apoiando as suas medidas para impedir a volatilidade dos preços alimentares.

O controlo destas flutuações é uma das prioridades dos governantes, que procuram estratégias para atenuar os seus impactos nos consumidores mais pobres do mundo, que segundo dados apontados no site da CIDSE gastam entre 50 a 70% dos seus rendimentos em alimentação.

“O termo volatilidade sugere picos e depressões, mas os preços cresceram substancialmente ao longo dos anos”, assinala Gisele Henriques, especialista da plataforma católica em alimentação, acrescentando que os preços, mesmo que se estabilizem, não devem voltar a níveis inferiores aos de 2007.

A CIDSE considera que os sucessivos aumentos, que deverão continuar nas próximas décadas, podem ser ameaçadores para a sobrevivência individual e para a segurança nacional dos países.

A plataforma salienta também que os ministros da agricultura devem fortalecer os pequenos agricultores, que representam 75% das pessoas com fome do mundo, ao mesmo tempo que apoiam a harmonização das iniciativas de segurança alimentar executadas a nível mundial.

A aliança de agências de desenvolvimento católico considera “extremamente preocupante” o facto de a ajuda pública ao setor agrícola nos países da OCDE ter diminuído de 18% em 1979 para menos de 4% na atualidade.

“Esta tendência tem de ser revertida em favor de políticas agrícolas que desenvolvam e promovam sistemas de produção e meios de subsistência com maior resiliência ambiental, económica e social, face às alterações climáticas e a futuras crises económicas e de preços alimentares”, refere a CIDSE.

A brasileira Gisele Henriques considera que “a fome é consequência da pobreza, e não apenas uma questão de oferta, e precisa de ser tratada como tal”.

A perita, que vai estar presente na cimeira, sustenta que os alimentos produzidos globalmente são suficientes mas desperdiçam-se “enormes quantidades” durante o processo de tratamento e distribuição.

RM

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