Governo: Igreja expectante quanto às opções para a cultura

D. Manuel Clemente espera abordagem transversal por parte do novo executivo

Fátima, Santarém, 20 jun 2011 (Ecclesia) – O presidente da comissão episcopal responsável pela área da cultura, D. Manuel Clemente, espera que o governo que vai ser empossado esta terça-feira preste uma atenção transversal aos fenómenos culturais.

No executivo de coligação PSD-CDS/PP deixa de haver um ministério da cultura, algo que para o bispo do Porto é “uma opção”.

“A cultura pode ter um ministério – nalguns casos tem e muito bem -, mas também pode ser considerada transversalmente, porque a cultura é uma atitude de espírito e prática que se tem em relação a qualquer tema”, referiu aos jornalistas, à margem da 7.ª Jornada da Pastoral da Cultura, que decorreu sexta-feira, em Fátima.

“O facto de não ter ministério não significa que possa ficar ausente, pelo contrário”, acrescentou o prelado.

O padre Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, considera, por seu lado, que “é muito importante que a cultura esteja no centro das atenções, porque não se pode governar um povo a pensar só em economia”.

“O que nós esperamos deste governo é o que esperamos de todos, no fundo que compreendam a importância da cultura e a necessidade de fazer dela um lugar de encontro, de produção artística, de debate”, declarou.

A escritora Lídia Jorge afirmou que o rumo a tomar pelo novo executivo “vai depender mais das pessoas” do que da existência ou não de um ministério, mas não deixa de lamentar a opção governamental.

“Ao retirar-se um palco importante, como era o ministério, mesmo do ponto de vista simbólico, num país que demorou tanto a conquistar o respeito pela cultura, vai haver uma perda”, indica.

O XIX governo constitucional, liderado por Pedro Passos Coelho, toma posse na terça-feira, pelas 12h00, no Palácio da Ajuda, Lisboa.

A respeito do momento que se vive em Portugal, o cardeal-patriarca de Lisboa disse este domingo ser “uma ilusão “isolar os problemas do país do “macroproblema da humanidade contemporânea”.

“A humanidade vai entrar numa fase de grande transformação que será também de grande convulsão. Estou preocupado”, referiu o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

PTE/OC

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