São Marino: Bento XVI acolhido em festa

Papa lembra Dia Mundial dos Refugiados e critica «hedonismo»

Cidade de São Marino, 19 jun 2011 (Ecclesia) – Bento XVI visitou hoje pela primeira vez a República de São Marino, juntando mais de 20 mil pessoas na missa a que presidiu em Serravalle, durante a qual pediu acolhimento digno para os refugiados.

Lembrando que o Dia do Refugiado se assinala mundialmente a 20 de Junho, o Papa apelou aos líderes políticos para garantirem uma estadia com dignidade aos que “são perseguidos e forçados a fugir dos seus países”.

Bento XVI falava na pequena república de 30 mil pessoas, vizinha da Itália, que nos últimos meses recebeu muitas pessoas vindas da Tunísia e da Líbia.

“No ano em que se comemora o 60.º aniversário da Convenção Internacional que protege todos os que são perseguidos e forçados a fugir dos seus países, convido todas as autoridades civis e todas as pessoas de boa vontade a garantirem o acolhimento e condições de vida dignas aos refugiados para que possam regressar à pátria livremente e em segurança”, apelou.

Na homilia da missa a que presidiu perante 22 mil pessoas, o Papa pediu aos cristãos para não se “esquecerem da crise que é transversal a muitas famílias” e nas “dificuldades dos pais na formação dos jovens”, afetados pela “precariedade e pela dificuldade em encontrar trabalho”.

Bento XVI recordou posteriormente a beatificação, neste domingo, da religiosa francesa Margarida Rutan, da congregação das Filhas da Caridade, que foi condenada à morte pela sua fé católica.

“Participo espiritualmente na alegria das Filhas da Caridade e de todos os fiéis que, em Dax, participam na beatificação de Irmã Marguerite Rutan, luminosa testemunha do amor de Cristo pelos pobres”, indicou.

Na parte final da homilia, foi referida a realidade da república e diocese de São Marino, com a história da sua evangelização, em meados do século III, por parte de São Marino e São Leão, ambos provenientes da Dalmácia, do outro lado do mar Adriático.

“Hoje, a vossa missão vê-se confrontada com profundas e rápidas transformações culturais, sociais, económicas, políticas, que determinaram novas orientações e modificaram mentalidades, costumes e sensibilidade”, acrescentou, falando aos participantes na celebração.

Bento XVI referiu nomeadamente “modelos hedonistas que obnubilam a mente e correm o risco de anular toda e qualquer moralidade”, bem como “a tentação de considerar que não é a fé a riqueza do homem, mas sim o seu poder temporal e social, a sua inteligência, cultura e a sua capacidade de manipulação científica, tecnológica e social da realidade”.

Neste contexto, o Papa disse que se começou a “substituir a fé e os valores cristãos com alegadas riquezas que se revelam, ao fim e ao cabo, inconsistentes e incapazes de assegurar a grande promessa de verdade, de bem, de beleza e de justiça que, ao longo dos séculos, os vossos antepassados identificaram com a experiência da fé”.

Por ser uma visita de caráter oficial, Bento XVI vai encontrar-se à tarde, com os capitães regentes, no Palácio do Governo.

Pelas 17h30 (hora local, menos uma em Lisboa), há um encontro oficial com os membros do Governo, do congresso e do corpo diplomático.

O último momento da viagem é uma visita à basílica local, em privado, para veneração das relíquias de São Marino.

Em seguida, o Papa desloca-se à localidade italiana de Pennabilli, 300 quilómetros a norte de Roma, sede da diocese de San Marino-Montefeltro, para uma visita à catedral local e um encontro com os jovens da diocese.

OC

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