Igreja/Cultura: Atual momento de deceção foi antecipado pela cultura

«Nenhum texto de cultura se apresenta sozinho ou acabado» mas escreve-se «no tempo atual», disse Lídia Jorge, na sétima Jornada da Pastoral da Cultura

Fátima, 17 jun 2011 (Ecclesia) – A escritora Lídia Jorge disse hoje que a cultura anteviu a “criação de ambientes” semelhantes a “sombras e holocaustos” e “uma lógica que se vinha a instalar”.

Numa altura em que “a partilha dos bens sofre um recuo” e “em vários aspetos se vivem momentos de deceção”, a escritora afirma ser “natural que se pergunte aos vários setores da sociedade o que podem oferecer para corrigir a deriva”.

“É natural que se pergunte à cultura o que sabe ela sobre a fraternidade e, mais do que aquilo que sabe, aquilo que pode”, disse a autora do livro «A Costa dos Murmúrios», na sétima Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, na conferência «Que sabe a cultura acerca da Fraternidade».

“Quando pensávamos que o progresso era ilimitado, que os estados seriam parceiros e amigos da vida, os bancos um cofre inesgotável, a juventude o futuro que não conhecia decadência, o cartão de identidade um documento dispensável substituído por um cartão de crédito, que as fronteiras seriam abolidas, de súbito tudo se alterou”.

Para a escritora, nenhum texto de cultura “se apresenta sozinho ou acabado” mas escreve-se “no tempo atual”.

A Cultura sabe que “os limites e potencialidades, passam por este território indefinido”, onde o retrato “que faz da realidade é feito pelo assombro e pelo espanto”.

Lídia Jorge afirmou que o futuro “contém um projeto”, composto pelo “fruto do nosso pensamento”.

“O homem esperançoso confunde a causa dos outros com a sua. É a certeza que este futuro existe, que nos dá confiança”.

A sétima jornada da Pastoral da Cultura, dedicada ao «Elogio da Fraternidade», decorre hoje em Fátima.

LS

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