Eleições: ACEGE vê «janela de oportunidade»

Presidente da associação cristã acredita que novo governo pode fomentar empreendedorismo social. Bispo de Beja lamenta campanha pouco esclarecedora

Lisboa, 06 jun 2011 (Ecclesia) – O presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) afirmou hoje que os resultados das eleições “abriram uma janela de oportunidade para o país”, baseada na provável aliança entre PSD e CDS-PP.

“Estes dois partidos, quer pelo ideário, quer pela tradição na democracia portuguesa, têm todas as condições para formar um governo não só maioritário como coeso, diria mesmo que é uma responsabilidade que têm”, realça António Pinto Leite, em declarações à Agência ECCLESIA.

O PSD foi o partido vencedor das eleições legislativas deste domingo com 38,6% dos votos, seguido do PS com 28,05% e do CDS-PP, com 11,74%.

Uma dos principais destaques vai para a elevada abstenção, que chegou pela primeira vez à barreira dos 41%, neste tipo de sufrágio.

Numa nota enviada esta segunda-feira à Agência ECCLESIA, D. António Vitalino, bispo de Beja, lamenta que o período eleitoral não tenha sido mais esclarecedor, no sentido de se “conhecer a verdadeira situação do país, em todas as áreas, não apenas a financeira”.

“Teria sido importante que os partidos apresentassem as suas soluções em ordem a uma melhoria da qualidade de vida dos portugueses e do bem comum do país, tendo em conta as nossas potencialidades e os nossos recursos humanos e económicos” acrescenta o prelado, na sua crónica semanal para a Rádio Pax.

Já o líder dos empresários cristãos considera os números da abstenção como “a mancha negra destas eleições, um valor demasiado elevado neste contexto, um sinal para a democracia e para o seu mau desempenho no plano económico e social”.

Em termos de medidas prioritárias, a ACEGE acredita que o novo ciclo político deverá ter como prioridades, em primeiro lugar, a “reforma social do Estado” e a criação de condições para uma sociedade civil e um mundo empresarial “menos dependentes” das ajudas públicas.

“Esse será um dos temas mais interessantes e difíceis, sobretudo no primeiro ano e meio de governação”, considera António Pinto Leite, que traça a linha que deverá pautar o relacionamento entre gestores e políticos:

“Devemos exigir do Governo boas práticas públicas, que não se endivide nem esgote os recursos do país, que traga medidas favoráveis ao mundo empresarial, sem as quais não haverão nem mais investimento nem mais emprego, mas no mais, deveremos estruturas os nossos negócios sem equacionar o Estado”, sublinha.

Este domingo, no discurso de vitória, Pedro Passos Coelho, líder do PSD, destacava os milhares de jovens portugueses, altamente qualificados, que seria necessário chamar de volta ao país.

O presidente da ACEGE “gostou que uma das declarações feitas com maior ênfase tenha sido sobre esta matéria”, mostrando-se também convicto de que esse capital humano poderá ser determinante na “criação de riqueza” para Portugal.

JCP

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