Sociedade: Igreja deve rejeitar «intervenções no campo estritamente político», diz novo presidente da CEP

«Todas as questões em cima da mesa em Portugal estão contempladas na Doutrina Social da Igreja», sublinha D. José Policarpo

Fátima, Santarém, 03 mai 2011 (Ecclesia) – O novo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Policarpo, defendeu hoje que a Igreja Católica deve rejeitar “intervenções no campo estritamente político ou partidário”, que “não são a sua função”.

“Portugal está a viver um momento muito próprio e a Igreja tem um papel a exercer”, afirmou o prelado, acrescentando que ela deve ter “muito claro” o modo como se manifesta na sociedade, contribuindo nomeadamente para “esclarecer as pessoas sobre os valores”.

Em declarações prestadas esta manhã em Fátima, no segundo dia da assembleia plenária da Conferência Episcopal (CEP), José Policarpo sublinhou que “todas as questões em cima da mesa em Portugal estão contempladas na Doutrina Social da Igreja: mercados, lucros, empresas, relação do poder público com a sociedade civil”.

Referindo-se aos desafios do seu mandato, o prelado frisou que é necessário refletir sobre “o ângulo específico da intervenção da Conferência Episcopal na vida da Igreja, sem relativizar o essencial, que é a autonomia de iniciativa e de responsabilidade pastoral das dioceses e dos bispos diocesanos”.

O novo presidente salientou ainda o âmbito da responsabilidade colegial da CEP: “O ministério de cada um de nós é muito ajudado pela fraternidade corresponsável, que começa na amizade e acaba na lucidez com que se analisam problemas comuns”.

O novo vice-presidente da CEP, D. Manuel Clemente, bispo do Porto, trabalhou com o cardeal-patriarca no patriarcado de Lisboa, primeiro como padre e depois como prelado auxiliar: “Temos uma velha amizade. Penso que será certamente uma boa colaboração”, referiu José Policarpo.

Dirigindo-se aos jornalistas, o cardeal-patriarca afirmou que a relação da Conferência Episcopal com a imprensa “será sempre muito amigável mas também muito sincera”.

“Eu sou um dos que veem a resenha da imprensa todos os dias e não vos escondo que por vezes também me irrito”, acrecentou.

A 177.ª assembleia plenária da CEP decorre até quinta-feira em Fátima, 130 km a norte de Lisboa.

RM

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