Música: Eurico Carrapatoso sublinha ligação pessoal à melodia popular portuguesa

Compositor foi distinguido pela Igreja Católica com o prémio «Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes»

Lisboa, 03 mai 2011 (Ecclesia) – A harmonização da “melodia popular portuguesa” é um projeto “que regresso sempre que estou desassossegado”, afirma Eurico Carrapatoso, vencedor do prémio «Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes», numa entrevista concedida ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

Nascido em Mirandela (diocese de Bragança), a 15 de fevereiro de 1962, Eurico Carrapatoso é professor de Composição na Academia de Amadores de Música e no Conservatório Nacional.

O Júri do «Prémio Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes» deliberou, por unanimidade, atribuir ao compositor a sétima edição deste prémio.

Por questões “matriciais de identidade”, o galardoado preza este conjunto de peças enraizadas na melodia popular portuguesa – “que se constitui como uma espécie de projeto de vida” – designadas por «O que me diz o vento de…»,  lê-se na entrevista.

Como se vive “numa época de agressiva globalização cultural segundo o execrável modelo pop anglo-saxónico”, esta harmonização aguça-lhe “o estilo”, calibra-lhe “o lápis”, oxigena-lhe “a alma”, frisou.

Carrapatoso reconhece que a identidade portuguesa “está em risco” e que se vive uma época “de massificação”, mas o nosso país “tem uma imensa e antiquíssima tradição poética, desde tempos trovadorescos, numa altura em que outras línguas se libertavam paulatinamente da guturalidade”.

O vencedor do prémio – sendo o júri presidido pelo bispo do Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. Manuel Clemente – é licenciado também em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Iniciou os seus estudos musicais em 1985, tendo sido sucessivamente aluno de composição de José Luís Borges Coelho, Fernando Lapa, Cândido Lima e Constança Capdeville, e concluiu, em 1993, o Curso Superior de Composição no Conservatório Nacional de Lisboa com Jorge Peixinho.

O compositor recebe regularmente encomendas das principais instituições culturais portuguesas e a sua música tem vindo a ser executada, editada e difundida, desde 1987, não apenas na Europa bem como nos restantes continentes.

Eurico Carrapatoso refere que também na sua área de ação musical está o campo sacro: “através do tratamento de textos canónicos (muitas vezes a par com textos profanos, tais como textos populares, oriundos da antiquíssima tradição devocional portuguesa, por exemplo) e através de uma inspiração: um quadro, uma escultura”.

Quando lhe transmitiram que era o galardoado com o prémio, Eurico Carrapatoso corou “de espanto” e considera que a distinção consagra “a dimensão do insondável” que sempre desejou, “certamente e seguramente, tentei, inocular naquilo que penso, que invento, que faço e que escrevo”.

O prémio «Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes» 2011 será entregue na VII Jornada da Pastoral da Cultura, no dia 17 de junho, em Fátima

SNPC/LFS

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